Feminino e masculino : quais as faces na contemporaneidade?

Abstract

Este estudo trabalha a concepção da diferença entre os sexos, com o intuito de situar os lugares reservados a homens e mulheres no decorrer dos séculos e promover uma interlocução entre esses lugares considerando a concepção da Psicanálise a respeito de tal diferença. Sabese que a mulher ocupou durante muito tempo uma posição inferior e submissa ao homem, e que para justificar tal submissão a sociedade se utilizava dos pensamentos dominantes: a Igreja e a filosofia. Muitas teorias foram desenvolvidas na tentativa de esclarecer a submissão feminina, dentro delas a condição que preconizava tal submissão quase sempre estava relacionada às suas condições físicas e biológicas. Com a Revolução Industrial e a inserção feminina no mercado de trabalho, as mulheres passaram a reivindicar seus direitos e a igualdade perante os homens. No contexto das teorias explicativas para as razões das diferenças entre os sexos, a Psicanálise instaura uma visão para além do biológico, trazendo o masculino e feminino como um conceito que ultrapassa o corpo. A teoria freudiana do Complexo de Édipo surge explicando a sexualidade infantil, até então ignorada, e como eixo das identificações sexuais e de gênero. A partir do atravessamento do Édipo, na relação triangular com o par parental os sujeitos se definem na partilha dos sexos. Quais as implicações dessa escolha: ser homem ou ser mulher? O que antes era bem definido quanto ao lugar da mulher, transformou-se na pós-modernidade. A mulher surge em uma nova roupagem, segura e potente, fazendo com que o homem sinta-se perdido e inseguro perante essa nova mulher. Como esse homem se coloca diante dessa mudança feminina e dos lugares destinados a cada sexo? E como as relações amorosas se estabelecem na contemporaneidade a partir destas transformações?