Tessituras do eu: a emergência do corpo feminino vítima de violência sexual na literatura brasileira de autoria feminina (1973-2017)

Abstract

Neste artigo nos questionamos acerca de como foi possível a emergência do corpo feminino vítima de violência sexual na literatura de autoria feminina no Brasil contemporâneo entre 1973 e 2017. Para tanto, utilizamos quatro romances de autoria feminina, a saber: As meninas (1973), de Lygia Fagundes Telles; As parceiras (1980), de Lya Luft; Suíte de silêncio (2012), de Marília Arnaud e Todos os abismos convidam para o mergulho (2017), de Cinthia Kriemler. Para pensarmos esse processo, utilizamos a categoria analítica da genealogia foucaultiana, pensando a proveniência de uma escrita feminina para, enfim, perceber esse processo de emergência do corpo sexualmente violado enquanto objeto de escrita feminina. Articula-se uma pesquisa documental e bibliográfica lida a partir da perspectiva da história do corpo e da subjetividade, possibilitando inferir sobre a articulação entre o surgimento desse conjunto de escritas como um sintoma do feminismo como agenda ética e política para o Brasil contemporâneo.