A pluratividade na agricultura familiar: experiências no município de Soledade (PB)

Abstract

A pesquisa realizada intitula-se: A pluriatividade na agricultura familiar: experiências no município de Soledade (PB). O estudo partiu da seguinte pergunta de pesquisa: qual o lugar da pluriatividade na agricultura familiar do município de Soledade – PB? Essa indagação guiou o trabalho de campo e a sistematização dos dados. Os objetivos foram definidos articulados com o problema da pesquisa. Objetivo geral: investigar a pluriatividade na composição da renda familiar da agricultura de Soledade (PB) e objetivos específicos: I. mapear a produção (os tipos de cultivos por estabelecimento familiar); II. selecionar os produtos que são comercializados, os comprados e os que são direcionados para o autoconsumo; III. identificar as atividades agrícolas e não agrícolas no estabelecimento familiar. No trato com os procedimentos metodológicos, a abordagem qualitativa orientou a seleção dos dados, a descrição, sistematização e análise dos resultados, assim como, a realização das entrevistas, como técnica e instrumento de coleta de dados. Os resultados apontaram para a existência da pluriatividade no município de Soledade. A presença de várias atividades, complementares à produção agrícola, a inserção da família em outros setores da economia (indústria, comércio, serviços) e/ou outras atividades no campo (comercialização de água, palma, animais, alimentos, cultivos), garantem a manutenção familiar. Desprende-se desta constatação que a agricultura e/ou agropecuária, sozinhas, não conseguem suprir com as necessidades das famílias no campo estudado. Destaque para a produção para o autoconsumo como dimensão importante e constitutiva da reprodução social familiar. No âmbito social, a pluriatividade estimula a fixação/permanência dos agricultores (as) no campo, evitando o êxodo rural e potencializando a ruralidade, apreendida como fluxos/conexões entre o rural e o urbano. A pluriatividade pode indicar, também, vulnerabilidade social (pobreza rural), falta de acesso ao crédito, assistência técnica e inadequação das políticas públicas existentes às necessidades dos agricultores e agricultoras familiares.