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Jean-Martin Charcot, em seus estudos sobre a histeria no Hospital de La Salpêtrière, produziu um acervo iconográfico das mulheres em crises histéricas. O que ele conseguiu registrar em grande medida foram as atitudes passionais em que estas se encontravam. Aqui, propusemo-nos a fazer a análise de algumas dessas fotos, tendo como método a hermenêutica de Paul Ricoeur, que consiste fundamentalmente em interpretar, com vistas a extrair um sentido daquilo que se deseja compreender. Ademais, a partir da revisão bibliográfica acerca da história social da histeria e dos usos sociais da fotografia, percebemos que a histeria sempre existiu, mesmo antes de Cristo, porém, tinha as mais variadas denominações, causas e tratamentos. Sobre a fotografia, reconhecemos a possibilidade de deturpação a que esta está sujeita, porém, por compreender que as falsificações são passíveis a todo e qualquer documento, decidimos fazer uso desse recurso com a finalidade de responder à questão enunciada no título do presente trabalho. Concluímos, pois, que se em pleno século XIX, na era vitoriana, onde as burguesas desfilavam com seus vestidos e apetrechos pesados, cobrindo assim todo o corpo, as histéricas mostravam expressões de sensualidade muito próximas das permitidas às prostitutas, não seria a histeria uma doença – como era tratada – e sim uma expressão da sensualidade feminina. |
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