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Desde a sua publicação, Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, têm favorecido diversos percursos críticos que notabilizaram essa obra como um cânone da literatura brasileira do século XIX. Sejam pesquisas sobre sua natureza estética ou suas representações sociais, todas elas têm contribuído para formatar uma extensa fortuna crítica. Nosso trabalho, nesse sentido, soma-se a esse arsenal interpretativo ainda em curso de construção sobre essa obra. Diante disso, nosso estudo visa analisar a representação da avareza presente nesse romance machadinho, a partir de trechos selecionados onde podem ser encontrados termos que referendam a questão. Portanto, a partir de uma pesquisa qualitativa, de base bibliográfica e exploratória, com base nos postulados de Belo e Mazagão (2006), Costa e Silva (2007), Prado, Correia e Campos (2020), dentre outras autorias, desenvolvemos uma interpretação em torno da avareza com foco para o discurso narrativo do personagem-narrador Brás Cubas em sua atuação avaliativa da avareza qualificado personagens que o rodeiam na trama. Como resultados, percebeu-se que o juízo sobre a avareza não é construído como uma auto qualificação de Brás Cubas, mas um modo de pontuar qualidades avarentas em Cotrim e Viegas. Ademais, o defunto autor constrói sua própria definição de avareza, distanciando-se do teor negativo, deixando de ser um vício para ser uma virtude. |
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