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Este estudo, pertencente ao campo de investigação da Literatura Infantil e Juvenil,
dispõe como objeto de análise a obra Alice no País da Mentira, do autor brasileiro
Pedro Bandeira (2016), uma releitura de Alice no País das Maravilhas e de Alice
Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá. A apreciada diegese apresenta a
história da menina Alice, que, após sofrer uma calúnia de seu melhor amigo,
Juninho, refugia-se, muito triste e zangada, no sótão da casa de sua avó. Porém, em
meio ao ambiente repleto de histórias, a protagonista acaba por ser inserida em um
novo mundo através do Espelho do Sótão: o País da Mentira e, por conseguinte, o
País da Verdade. Desse modo, tivemos como principal objetivo subsidiar um modo
significativo de leitura, para possibilitar a abordagem dos temas fraturantes,
podendo, assim, evidenciar a variedade de aprendizagens presente na releitura de
Bandeira (2016) e evidenciar o impacto da Mentira e da Verdade na caracterização
da protagonista-menina. Diante disso, a motivação para a produção desse estudo
adveio no contexto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
(PIBIC), que teve por temática “O tema fraturante e a construção da personagem em
‘Alice no país da mentira’, de Pedro Bandeira”, e da necessidade de expandir a
temática da obra literária destinada para crianças a partir dos 11 anos,
especificamente do 6º e 7º Ano (anos finais do ensino fundamental), trabalhando,
assim, com as Mentiras e as Verdades. Por isso, essa pesquisa de caráter
bibliográfico, comparado e qualitativo se justifica por ser de suma importância
abordar a temática com os pequenos, reiterando, assim, as funções da literatura
para jovens e crianças. Para tanto, alicerçamos esta pesquisa nos postulados de
Coelho (2000), Rosenfeld (2004), Canton (2005; 2006), Lajolo (2006), Cademartori
(2010), Hunt (2010), Arroyo (2011), Hutcheon (2011), Colomer (2017), Belmiro e
Martins (2019) e Eagleton (2019), entre outros importantes pesquisadores não só da
literatura, como também da psicologia, a exemplo de Piaget (1932) e Frota (2007), e
da Semiótica, como Santaella (2012) e Heller (2021). Outrossim, verificamos o
desenvolvimento da caracterização da protagonista-menina, que entra no mundo
das mentiras irredutíveis de que todas eram prejudiciais e sai com o ensinamento de
que nem todas as mentiras são ruins e de que nem todas as verdades são boas. |
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