Avaliação da relação de disfunção temporomandibular, ansiedade e depressão em estudantes adolescentes do ensino médio da rede pública de Campina Grande-PB

Abstract

A Disfunção Temporomandibular (DTM) é um termo utilizado para designar um subgrupo de dores orofaciais cujos sinais e sintomas incluem dor ou desconforto na articulação temporomandibular (ATM), nos ouvidos, nos músculos mastigatórios, de um ou ambos os lados, nos olhos, na face, bem como costas e região cervical, possuindo etiologia complexa e multifatorial. O estudo objetivou avaliar os fatores psicossociais ansiedade e depressão com relação a Disfunção Temporomandibular (DTM) em escolares adolescentes de uma Escola de Rede Estadual, na cidade de Campina Grande. O estudo realizado foi tipo transversal de base populacional, quantitativo, descritivo e analítico. Participaram do estudo 157 voluntários de ambos os sexos, 1º ao 3º ano na faixa étaria de 14 a 18 anos regularmente matriculados na escola no ano de 2024. Os instrumentos utilizados foram: Questionário recomendado para Diagnóstico de DTM Segundo a Academia Americana de Dor Orofacial (RDC/DTM), Indice Anamnésico de Fonseca (IAF) e o questionário de Escala HAD – Avaliação do Nível de Ansiedade e Depressão. Os resultados apontaram que a média de idade foi de 15,6 anos, sendo 51% do sexo feminino e 48,4% do sexo masculino. Os sintomas mais relatados de DTM foram cefaleia, dores no pescoço ou nos dentes (42,5%). 51% apresentou DTM leve e apenas 3,8% apresentou DTM severa. Dentre os escolares adolescentes classificados sem DTM, 75,6% mostraram ansiedade improvável. Entre os que apresentaram DTM leve, 46,6% tem possível ansiedade e 21,8% provável ansiedade. Escolares com DTM moderado, 33,3% têm possível ansiedade e 33,3% provável ansiedade, enquanto os com DTM severo 60% têm ansiedade possível ou provável. Os níveis de DTM não foram significativamente associados os níveis de depressão. A variável sexo foi significativamente associada aos níveis de DTM, sendo as mulheres classificadas com maior prevalência em DTM leve (56,3%), moderada (75%) e severa (100%). Conclui-se, que existe uma relação positiva entre DTM e aspectos psicossociais como a ansiedade, havendo correlação entre a prevalência desses aspectos com o sexo feminino.