Resumo:
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiênca Humana (HIV). O vírus ataca o sistema imunológico deixando o indivíduo predisposto às infecções oportunistas. Acomete diversas etnias sociais, e ampla faixa etária, incluindo as crianças. Esse estudo tem como objetivo descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de Aids infantil no Brasil no período de 2011 a 2021. Foi realizado um estudo ecológico de natureza observacional, analítica, do tipo transversal, com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por crianças de zero a 12 anos diagnosticadas com Aids regularmente cadastradas e acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no período entre janeiro de 2011 e dezembro de 2021. A coleta de dados foi realizada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizada pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Todos os dados apresentados foram de domínio e acesso público obtidos através do acesso sequencial aos seguintes comandos disponíveis no site: >> “Informações em Saúde (TABNET)” >> “Epidemiológicas e Morbidade” >> “Casos de Aids- Desde 2011 (SINAN)” >> “Faixa etária 13” >> “Brasil por região, UF e município”. Foram coletados dados referentes as seguintes variáveis: ano de notificação, região de notificação, sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade e exposição hierárquica. Os dados foram tabulados e minunciosamente avaliados, comparando a prevalência dos casos de Aids pediátrica e suas respectivas variáveis no território brasileiro. A partir disso, os dados foram organizados no software Microsoft Office Excel 2019 ®, apresentados por meio da estatística descritiva (medidas de tendência central, frequência absoluta e percentual) e expressos utilizando figuras. Foram notificados 4.897 casos de Aids infantil no período pesquisado, o ano de 2011 apresentou o maior número de notificações registradas (n=667) (14%), tratando-se de Região geográfica, o maior número de notificações ocorreu na Região Nordeste (n=687) (14%), seguido pela região Sudeste (n=613) (13%) e Sul (n=522) (11%). A Região Centro-Oeste (n=134) (3%) se destaca pelo menor número de notificações. A faixa etária de maior número de notificações foi a de um a quatro anos (n=2.056) (42%), seguida pela de menor que um ano (n=1.810) (37%) e de cinco a nove anos (n=1.031). Observou-se uma predominância pelo sexo feminino (n=2.542) (52%) e raça parda (n=1.274) (55%). Quanto ao grau de escolaridade, observou-se que dá 1a a 4ª série incompleta (n=139) (3%) foi a faixa mais atingida. Quanto à categoria de exposição hierárquica, a transmissão vertical (n=2.362) (48%) apresentou os maiores casos registrados. A infecção pelo HIV/Aids infantil representa um problema de saúde pública mundial, em que a criança é uma sentinela epidemiológica, portanto, há a necessidade de políticas públicas mais eficientes com ênfase nas regiões brasileiras mais atingidas nos aspectos sociodemográficos que caracterizam um processo de feminização e interiorização, demonstrando um perfil de transmissão vertical que tange aos níveis de escolaridade e socioeconômico-cultural das crianças mais afetadas.
Descrição:
SILVA, Damião Romão Dias da. Panorama Epidemiológico da Aids em Pacientes Infantis. 2024. 37 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande, 2024.