Perfil microbiológico e de resistência antimicrobiana de bactérias isoladas em pacientes internados em hospitais municipais na cidade de Campina Grande-PB

Abstract

O aumento dos casos de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) em hospitais tornou-se um grave problema de saúde pública global, elevando a morbidade e mortalidade hospitalar. As IRAS causadas por microrganismos resistentes (MR) representam sérias complicações para pacientes hospitalizados, frequentemente associadas à prescrição inadequada e ao uso excessivo de antimicrobianos. Este estudo objetivou investigar e comparar o perfil microbiológico e a resistência aos antimicrobianos em quatro hospitais municipais de Campina Grande-PB. Apresentou uma natureza transversal, com uma abordagem quantitativa e descritiva dos dados. A pesquisa teve aprovação do Comitê de ética e pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba tendo como número de parecer: 6.786.433. Foi conduzido com pacientes de quatro hospitais, onde foram submetidos a exames de cultura bacteriológica e testes de sensibilidade a antimicrobianos realizados pelo Centro Laboratorial de Análises Clínicas (CLAC), no período compreendido entre outubro e dezembro de 2023. Foram avaliadas 1199 culturas, com 36% (430) apresentando crescimento bacteriano. Predominaram bactérias Gram-negativas nos hospitais 2 e 3, e Gram-positivas nos hospitais 1 e 4. Culturas positivas foram mais comuns em pacientes do gênero feminino nos hospitais 1 e 4 e do gênero masculino nos hospitais 2 e 3. Observou-se um predomínio de hemoculturas, uroculturas e culturas de secreção traqueal. Nas hemoculturas Staphylococcus aureus foi a bactéria mais prevalente e mostrou alta resistência a diversos antibióticos, mas 100% de sensibilidade à vancomicina e linezolida. Nas uroculturas, Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli foram as mais comuns, com variações significativas em resistência e sensibilidade a diferentes antibióticos. Nas culturas de secreção traqueal, as bactérias mais encontradas foram Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Pseudomonas aeruginosa mostrou alta resistência a vários antibióticos, incluindo 100% à ampicilina, ceftazidima, ceftriaxona e penicilina. Staphylococcus aureus apresentou elevada resistência a diversos antibióticos, mas 100% de sensibilidade apenas à linezolida. O estudo destacou a importância da vigilância epidemiológica constante para monitorar perfis bacterianos e implementar medidas de controle mais eficazes, prevenindo o desenvolvimento de bactérias multirresistentes.