Resumo:
O aumento crescente das zonas urbanas exigiu das espécies vegetais uma maior
adaptabilidade individual em face às condições impostas pela urbanização. A exposição aos
fatores ambientais tende a modificar as características funcionais dos organismos. Esta
modificação é entendida como plasticidade fenotípica e pode ser de caráter anatômico,
fisiológico, morfológico e fenológico ou em múltiplos desses aspectos. Para as espécies
vegetais nativas com características de crescimento espontâneo em contextos urbanizados, é
esperado que as suas características funcionais sejam mais favoráveis a estes ambientes, sendo
capazes de se adaptar e diferenciar quando sujeitas a diferentes contextos em áreas urbanas. O
objetivo deste estudo foi analisar o comportamento plástico de Turnera subulata Sm. em duas
condições numa área urbana, ambientes com (C/P) e sem pavimentação (S/P), ambas nos
municípios de Campina Grande (CG) e Barra de Santana (BS), Estado da Paraíba. Para
analisar a plasticidade fenotípica, foram selecionados 10 indivíduos de Turnera subulata Sm.
para cada uma das duas condições pré-estabelecidas. Para obter os traços foliares, foram
recolhidas 10 folhas de cada indivíduo. Foram calculados a área foliar (AF), a massa seca
foliar (MSF), a massa fresca foliar (MFF), a espessura foliar (EF), a área foliar específica
(AFE), a altura da planta (H), o número de hastes (NH) e a distância entre os internódios (DI).
Devido a distribuição não normal dos dados, confirmado pelo teste de Shapiro-Wilk, com p≥
0.05, foi utilizado teste não paramétrico de Kruskal-Wallis e post hoc de Dunn para investigar
diferença nos traços funcionais entre os diferentes ambientes. Todas as análises foram
realizadas no programa Past 4.03. Foram observadas diferenças estatísticas para as
características AF e MFF em C/P BS em comparação com os outros locais estudados. O EF
foi estatisticamente diferente apenas em C/P CG e S/P BS. Para massa seca foliar (MSF), o
ambiente C/P diferiu estatisticamente entre a região de Campina Grande nas áreas com e sem
pavimentação. A EF foi estatisticamente diferente apenas em C/P CG e S/P BS. Para a massa
seca das folhas (MSF), o ambiente C/P diferiu estatisticamente entre a região de Campina
Grande nas áreas com e sem pavimentação. A AFE apresentou diferenças significativas entre
os ambientes C/P BS e S/P BS, bem como diferenças no AFE dos indivíduos em S/P BS e S/P
cg. Em relação à altura, os indivíduos do C/P CG diferiram estatisticamente dos demais
tratamentos. O número de hastes diferiu apenas em C/P BS. A distância entre internódios não
apresentou diferença estatística. O caráter plástico da Turnera subulata permite-lhe aclimatarse a diferentes condições urbanas, estabelecendo-se em ambientes pavimentados e não
pavimentados. A natureza ruderal confere a esta espécie maior adaptabilidade, mas os fatores
físicos e abióticos impostos pela presença de pavimentação tendem a influenciar os traços
funcionais a se modularem de forma a garantir a permanência da espécie no ambiente.
Descrição:
SANTOS, Daniela Silva dos. Plasticidade funcional de Turnera subulata Sm. sob diferentes condições de urbanização. 2024. 33 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina grande, 2024.