A autoria feminina na construção de uma identidade abolicionista em Úrsula, de Maria Firmina dos Reis

Abstract

Este presente artigo objetiva analisar as características estilísticas e temáticas do Romantismo, a partir de Úrsula (1859), uma obra autoral da maranhense Maria Firmina dos Reis. Busca-se identificar de que maneira os personagens do romance são retratados sob a cultura e influência afro-brasileira, baseados na construção crítica da autora frente ao cenário opressor da escravidão no Brasil oitocentista. Quanto a metodologia, utilizaremos de uma pesquisa descritiva de análise textual, do tipo bibliográfica-qualitativa. O embasamento teórico, por sua vez, é composto por estudos essenciais de autores como: Candido (2000), Cuti (2010), Evaristo (2009; 2014), Gomes (2019), Zin (2019), dentre outros. Com o auxílio destes e de outras perspectivas teórico-metodológicas, foram analisados no decorrer da pesquisa as temáticas da primeira narrativa abolicionista de que se tem conhecimento no país, bem como o papel sensibilizador que a escrita feminina tem para a história da nossa formação. Quanto aos resultados esperados, objetiva-se identificar a profundidade dos elementos e personagens presentes na obra, promovendo um diálogo mais crítico e humanizador. Pretende-se também contribuir ativamente para o estudo do movimento literário romântico e o resgate da fortuna-crítica de Maria Firmina dos Reis, uma voz abolicionista do século XIX, cujo impacto reverbera até os dias atuais.