(05/04/2025) “Onde está o dinheiro?”: uma análise da representação de atos violentos por meio da linguagem cinematográfica em L’argent (1983), de Robert Bresson

Abstract

Esta pesquisa se detém a analisar a representação da violência através da linguagem cinematográfica no filme L’Argent (1983), dirigido por Robert Bresson. O trabalho contém uma base histórica do cinema enquanto invenção tecnológica capaz de reproduzir ideologias. Além do mais, investigamos como o cinema é dotado de uma linguagem própria, capaz de gerar comunicação por meio de suas filmagens. A partir dessa linguagem, são gerados os discursos cinematográficos, que são as escritas, as falas, o processo de montagem das cenas, as movimentações da câmera, entre outras circunstâncias que caracterizam um tipo específico de discurso produzido pela obra. Na construção deste trabalho, sobretudo na pesquisa de linguagem e discurso cinematográficos, nos embasamos nos autores Ismail Xavier (2021) e Christian Metz (1980) para fortalecer os nossos argumentos através de pesquisas anteriores. Nesse sentido, esta pesquisa conta com uma pergunta norteadora: de que maneira o diretor Robert Bresson utiliza a linguagem cinematográfica para representar os atos violentos em L’argent? Para responder esse questionamento, delineamos como objetivo geral: observar as representações de ações violentas a partir da linguagem cinematográfica na obra L’argent (1983), de Robert Bresson. Já os objetivos específicos: (1) apresentar o cinema como um aparato tecnológico, histórico, cultural e ideológico; (2) compreender o cinema como linguagem discursiva; (3) analisar as ações violentas presentes na narrativa fílmica L’argent (1983). Em relação aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa é de cunho bibliográfico; qualitativo; documental e análise do discurso, por investigar os discursos produzidos pela linguagem cinematográfica. Portanto, observamos como a obra cinematográfica, embora seja do ano 1983 ainda reflete a sociedade dos dias de hoje, uma vez que, em uma realidade capitalista, o dinheiro é um dos principais impulsionadores de poder e violência.