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O presente trabalho se propõe a analisar as figurações da negritude no romance Lá fora cresce um mundo (2015) de Adelaida Fernández Ochoa, escritora colombiana que discute a história pela ficção, numa jornada em busca da liberdade: a volta da protagonista Nay de Gâmbia, que retorna com seu filho Sundiata a sua terra natal, África, assim como as lutas, negociações e consequências de voltar ao contexto da escravidão no século XIX, a partir da voz de uma ex-escrava negra. Essa possibilidade de enunciação se emancipa do discurso colonial dominante, dissipando o mito sobre a identidade negra e a relação paternalista entre senhor e escravizado, no contexto colombiano. Nesta perspectiva, destacamos a postura atuante da personagem Nay de Gambia, que, além de sua luta pela emancipação, configura um importante espaço para o resgate das memórias das construções de identidades históricas, no qual desponta com vigor a voz dos marginalizados. O trabalho também analisa algumas relações de intertextualidade na narrativa de Adelaida Fernández Ochoa, a partir do diálogo e da releitura que o relato faz do romance María (1867) de Jorge Isaacs. Contamos, como o apoio teórico para o diálogo entre literatura, história e memória, com estudos como os elaborados por Emilio Carrilla (1978) e Sommer (2004), além de outros textos de autores diversos. |
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