Possibilidades e desafios para a inclusão do(a) aluno(a) com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na sala de aula regular: um olhar a partir de estagiários(as) do curso de Pedagogia

Abstract

O presente trabalho se insere no debate sobre formação inicial, o estágio supervisionado e as práticas de inclusão e se propõe a analisar as possibilidades e desafios do estágio supervisionado na educação infantil para a inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Neste sentido, esta pesquisa traz a discussão sobre necessidade da prática do estágio supervisionado na formação e construção da práxis docente, tendo como objetivos específicos: identificar as concepções dos estagiários sobre estágio supervisionado; compreender as percepções dos estagiários acerca da prática de inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista na educação infantil; e caracterizar as práticas de inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista desenvolvidas pelos estagiários durante o desenvolvimento do estágio supervisionado na educação infantil. Como base teórica, dialogamos com Barreto e Lima (2007); Carneiro (2012); Gil (2002; 2008) Pimenta (2004; 2011); Pimenta e Lima (2008;2012), bem como com as legislações brasileiras (Brasil, 1988; 1996; 1999; 2006; 2008) que ampliaram a discussão que abrange este trabalho, além de pesquisas para aprofundamento do tema em acervos de sites como o Repositório Institucional da UEPB, Google Acadêmico, Scielo e Periódicos CAPES. O estudo apresenta uma pesquisa de natureza básica, vinculando-se a uma abordagem qualitativa com pesquisa de campo realizada na Universidade Estadual da Paraíba - Campus III. Como instrumento de coleta de dados foi realizado um questionário (online), composto por 11(onze) perguntas, sendo 3 (três) de múltipla escolha e 9 (nove) questões abertas que foram interpretadas a partir da Análise de Conteúdo Bardin (2004). A partir da análise dos dados obtidos, evidenciou-se o papel do estágio supervisionado para a formação docente, apontando uma possível lacuna na formação inicial do licenciando no que tange ao preparo para a inclusão de crianças com TEA. Há também a compreensão dos estagiários que a formação precisa considerar todos os elementos da prática pedagógica, entendendo o estágio como aplicação da teoria estudada na universidade, mas por outro lado evidenciam a necessidade de buscar informações e/ou pesquisar sobre as especificidades e características do aluno/criança com TEA no intuito de garantir a inclusão e o pleno desenvolvimento da prática docente. Enquanto práticas de inclusão os estagiários apontam para a utilização de recursos lúdicos, brincadeiras e adaptação de atividades que efetivem a inclusão das crianças com TEA. Este estudo evidencia a importância da prática do estágio supervisionado na formação do pedagogo e, a partir da pesquisa feita com os discentes foi possível constatar os principais desafios e as dificuldades encontrados na sala de aula no que concerne a inclusão de crianças com TEA, as respostas apontam para necessidade de uma formação inicial que contemple o desenvolvimento de metodologias que sejam efetivamente inclusivas, visando atender as particularidades de cada aluno, o melhor desempenho do estagiário durante a prática do estágio e consequentemente na sua carreira fora da instituição formadora.