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Ao longo da história a representação feminina tem sido apresentada, socialmente, por um olhar
androcêntrico e subjugador, e isso não ocorre de forma diferente dentro da literatura, que retrata,
por muitas vezes, as personagens femininas por esse viés. George R. R, Martin, em seu livro,
A Guerra dos Tronos (Martin, 2010), faz o contrário ao nos apresentar Daenerys Targaryan,
uma princesa legítima de um trono usurpado, que apesar no início da obra nunca ter se visto
como detentora de poder, ao fim se encontra em uma condição de autoridade. Sendo assim, esse
trabalho busca analisar a trajetória percorrida pela protagonista durante toda a narrativa do livro,
para conseguir compreender em que momentos o empoderamento passa a surgir e tomar conta
de sua consciência, causando nela uma emancipação pessoal que a faz superar as situações de
subjugação que a dominam. Por isso, essa pesquisa de caráter bibliográfico e qualitativo tem
como justificativa a necessidade de se evidenciar, cada vez mais, personagens femininas que
rompam com os padrões da sociedade patriarcal. Para isso, alicerçamos esta pesquisa com os
estudos de Beauvoir (1967-1970), Sardenberg (2006), Pinto (2010), Garcia (2011), Bourdieu
(2012), Spivak (2014), Hooks (2018), Freitas (2020) e Nielson e Castro (2020) para versar sobre
o polo temático dos estudos sociais femininos; ao mesmo passo que utilizamos de Alves (2002),
Brandão (2006), Schewantes (2006), Jacome e Pagoto (2009), Rossini (2016), Acosta (2019),
Jung (2020) e Freitas (2020), em relação aos estudos de literatura, literatura feminina e
representação feminina; e ainda Friedman (2002), Bragança (2015), Correa (2016), Oliveira e
Rodrigues (2017), Muller e Schjmidt (2018), Montoya e Ortegón (2021), e Carvalho (2023),
para abordar o autor, interpretar o mundo construído por ele e sua representação do feminino;
e, enfim, Chavelier e Gheerbrant (2015), como forma de tratar das possíveis simbologias
encontradas durante a jornada da personagem; dentre outros. Enfim, verificamos que a
personagem passa por três momentos em sua trajetória: o primeiro onde é subjugada pelas
figuras do irmão e do marido; o segundo, quando passa por um processo de emancipação,
superando a dominação paternal do irmão e ascendendo socialmente como uma esposa-mãe,
que utiliza da influência de seus pares masculinos para adquirir autoridade; e o terceiro, em que
adquiri poder, porém dessa vez, próprio, emanado de si mesma, alcançando assim o
empoderamento, como mulher e como um indivíduo. |
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