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Esta é uma pesquisa tem como principal objetivo acompanhar os movimentos de que tipo de
diálogo o romance contemporâneo estabelece com as pautas e sentido histórico frente as
transformações políticas que se iniciam em 2013 no Brasil. Em particular, buscamos
investigar como o romance A ocupação (2019), de Julián fuks, aborda a crise econômica, a
transição para o neoliberalismo, e as novas dinâmicas político-estéticas que surgiram no país,
desde a ascensão da direita obscurantista e violenta às novas sublevações populares de
reivindicação de direitos. Ao que podemos conferir, do ponto de vista do romance que
analisamos, há uma inclinação para a discussão em torno da temática da crise social brasileira
a partir da posição dos personagens dentro da estratificação social, e como esses representam
determinadas figurações, conceito trazido da sociologia do Alemão Nobert Elias. Aplicado a
teoria literária, esse conceito nos permitiu integrar uma rede de figurações contemporâneas
aos personagens de Fuks. O livro trata-se de uma trama multifacetada que aborda temas de
vínculos familiares, uma batalha pela posse de moradia e uma troca de cartas com o escritor
Mia Couto. O livro investiga a vida dos imigrantes que povoam o Hotel Cambridge,
revelando as suas lutas e as injustiças que lhes foram impostas através das suas experiências
coletivas como ocupantes. A correspondência com Couto é reflexiva e complementar à
narrativa principal, abordando discussões relacionadas ao papel da literatura em períodos de
crise e perscrutando as perspectivas disponíveis para os escritores; os leitores devem
considerar-se devidamente desafiados por esta obra que os convida a participar ativamente.
Ao desvendar a sua rica tapeçaria, podem descobrir informações valiosas não só sobre a
humanidade, mas também sobre a escrita como uma arte capaz de efetuar a transformação nos
indivíduos que com ela entram em contacto. A pesquisa se baseia em uma abordagem
bibliográfica, utilizando autores como BUSATO (2021), GONSALVES (2001), ARAGÃO,
SORAGGI E CORRÊA (2021), e MEDEIROS (2023). |
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