Resumo:
Introdução: As doenças cardiovasculares (DCVs) constituem um grupo de distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos, sendo consideradas a principal causa de morte no mundo e um problema de saúde pública. A prevenção compreende a abordagem dos fatores de risco modificáveis e o tratamento inclui terapia medicamentosa, reabilitação cardiovascular (RCV) e por vezes, procedimentos cirúrgicos. A RCV promove a recuperação cardíaca através do bem-estar físico e psicossocial, controla os fatores de riscos, melhora a qualidade de vida, e reduz a mortalidade e internações. Apesar dos benefícios, a RCV enfrenta um cenário de baixa adesão por parte dos pacientes. A literatura descreve tais motivos como barreiras, nas quais podem acontecer por diversas razões. Nesse contexto, a identificação dessas barreiras se faz importante com o objetivo de traçar as estratégias mais eficazes para os programas de RCV. Objetivo: Identificar as barreiras para a participação e adesão de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca em programas de RCV do município de Campina Grande – PB e regiões circunvizinhas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, que utilizou dados provenientes da aplicação de um questionário sociodemográfico e da Escala de Barreiras para Reabilitação Cardíaca (EBRC) em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca do Centro Hospitalar João XXIII. Resultados: Foram avaliados um total de 29 pacientes internados para procedimento cirúrgico em decorrência da DCV, com média de idade de 56,3 ± 16,3 anos, diagnosticados com insuficiência coronariana (ICO) (48%), insuficiência valvar (17%), comunicação interatrial (CIA) (7%), estenose valvar (14%) e, alguns participantes apresentavam dois diagnósticos concomitantemente (14%). Na comparação entre os fatores da EBRC, o fator 1: comorbidades/estado funcional deteve o maior escore (16 ± 4,3); sendo seguido do fator 2: necessidades percebidas (13.9 ± 4,3); fator 5: acesso (12,1 ± 2,9); fator 3: problemas pessoais/familiares (7,7 ± 2,2); e fator 4: viagem/conflitos de trabalho (5,2 ± 2). Conclusão: Nossos dados sugerem que as comorbidades, o estado funcional e as necessidades percebidas, têm grande impacto na vida dos portadores de DCV, perfazendo as maiores barreiras relatadas pelos participantes. A natureza desses dados fornecem pistas para a mitigação das barreiras, podendo auxiliar na formulação de estratégias para otimização dos programas de RCV, oferecendo o acompanhamento dos pacientes em todos os níveis de atenção à saúde.
Descrição:
CARIOLANO, Ana Isabel Gonçalves. Identificação de barreiras para a reabilitação cardiovascular em pacientes internados por cirurgia cardíaca em hospital de referência. 2024. 38 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024.