Resumo:
A prevalência de transtornos mentais e a sua contribuição para a morbidade e
incapacidade levam a necessidade de profissionais farmacêuticos para contribuir com
o impacto clínico positivo desses pacientes. O objetivo deste trabalho foi promover a
assistência farmacêutica a pacientes com transtornos mentais em unidade básica de
saúde (UBS). Foi um estudo observacional, longitudinal e descritivo realizado na UBS
Bonald Filho, em Campina Grande-PB. Participaram 105 usuários com transtornos
mentais que receberam seus medicamentos durante o período de abril a maio de
2024. Foram avaliados os tipos de transtornos mentais, a farmacoterapia prescrita,
especialidade do profissional responsável pela primeira e pelas prescrições
subsequentes, os resultados negativos associados aos medicamentos (RNMs) foram
classificados pelo Terceiro Consenso de Granada e as interações medicamentosas
através do Drugs.com. As análises foram realizadas com o auxílio do software Statistic
versão 7.0. A maior participação foi do gênero feminino (70%), a faixa etária mais
presente foi de 60 anos ou mais (44%), a maioria cursou o ensino fundamental
incompleto (47%) e não possuía atividade laboral (86%). A ansiedade isolada foi o
transtorno mental mais representativo (39%), seguido de ansiedade associada a
depressão e depressão isolada ambos correspondendo a 14%. Os ansiolíticos foi a
classe terapêutica mais prescrita (27%), seguido pelos antidepressivos (26%) e
antidepressivos associados aos ansiolíticos (25%). Dos 105 entrevistados, 10%
relataram não apresentar melhoras com o tratamento. Esse resultado pode ser
consequência dos medicamentos prescritos serem da mesma classe terapêutica
resultando no efeito de medicamento não necessário (RNM2), na inefetividade não
quantitativa (RNM3) ou devido as interações que potencializavam reações adversas
sendo caracterizadas como insegurança não quantitativa (RNM5). A clínica médica,
tanto no início do tratamento medicamentoso (50%) quanto no percurso (85%), esteve
em evidência. Foi necessário realizar 29 (28%) intervenções farmacêutico-paciente,
visando contribuir com o melhor resultado clínico do paciente. O compromisso do
farmacêutico no acompanhamento de pacientes com transtornos mentais é um fator
determinante para alcançar uma terapia mais eficaz e segura que diminuam os erros
associados aos medicamentos e que melhorem a qualidade de vida dos usuários.
Descrição:
SANTOS, Milena Costa. Assistência farmacêutica à pacientes com transtornos mentais em unidade básica de saúde. 2024. 67 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024.