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O envelhecimento populacional representa um desafio para a sociedade contemporânea, especialmente em relação à saúde mental dos idosos. Este estudo teve como objetivo realizar o rastreamento da depressão e da ansiedade em idosos, bem como intervir quando necessário para contribuir para o conhecimento e a promoção da saúde mental nesta população. Tratou-se de um estudo observacional longitudinal e de caráter descritivo. Foi realizado no período de março a maio de 2024, na Unidade Básica de Saúde Bonald Filho, no bairro Monte Santo, em Campina Grande-PB. Foi aplicado um instrumento para coleta de dados visando obter informações como: idade, atividade laboral, estado civil, renda familiar e escolaridade e para avaliar a depressão e ansiedade foram utilizadas a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) e a Escala de Ansiedade Geriátrica (GAI-20). Na análise e organização dos dados da pesquisa, foi utilizada a estatística descritiva, com apresentação de frequências simples ou absolutas e percentuais para as variáveis categóricas. Todas as análises foram realizadas com o auxílio do software Statistic versão 7.0. Compuseram a amostra deste estudo 56 pessoas, correspondendo a 62% dos participantes do Programa de Cuidados Farmacêuticos (PROCUIDAF). Dentre os avaliados, o gênero feminino correspondeu a 41 (73,21%). A maioria não concluiu o ensino fundamental, era inativa, ou seja, eram amparados pelo Instituto Nacional de Previdência Social. Foi notório observar que o estado civil pode influenciar na saúde mental dos idosos. No presente estudo grande parte da amostra estudada era de viúvos e casados. Quanto aos sintomas, os mais citados por ambos os gêneros nos casos de ansiedade foram inquietação e preocupação e na depressão improdutividade e isolamento. O grau dos transtornos também foi avaliado, sendo a maioria incluída como normal ou leve. Apenas 9 (16%) faziam uso de medicamentos psicotrópicos prescritos por médicos da Estratégia Saúde da Família. A maioria dos pacientes acompanhados pelo PROCUIDAF eram portadores de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, sendo 52 (93%) de Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou Diabetes mellitus tipo 2. Entre as 56 pessoas avaliadas, apenas 14 (25%) apresentaram alguma limitação relacionada a problemas de visão, audição, fala e locomoção. Observamos que dentre essas pessoas, todas sofriam de ansiedade e 6 dessas pessoas também sofriam de depressão, ou seja, 57% das pessoas com limitações possuíam apenas ansiedade e 43% além da ansiedade, também sofriam de depressão. Em parceria com psicóloga e discentes do curso de Psicologia, foi possível realizar atividades de grupo que contribuíram para melhorar a autoestima dos idosos. Através dos relatos dos pacientes a saúde mental pode ser melhor trabalhada na Atenção Primária à Saúde e as intervenções realizadas no âmbito da Unidade Básica de Saúde Bonald Filho ilustraram a efetividade de um cuidado multidisciplinar que abrangeu desde o rastreamento até o acompanhamento contínuo, evidenciando a importância da colaboração entre diferentes profissionais de saúde. |
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