Avaliação dos sintomas do assoalho pélvico em mulheres praticantes de cross training

Abstract

INTRODUÇÃO: Mulheres praticantes de exercício de alto impacto, como o Cross Training, tem um maior risco de desenvolver disfunções do assoalho pélvico (DAP), incluindo incontinência urinária (IU), incontinência anal (IA), constipação intestinal e disfunção sexual. A principal característica desses exercícios é o aumento significativo de massa muscular devido à carga excessiva, provocando o aumento da pressão intra-abdominal e sobrecarga da musculatura do assoalho pélvico (MAP). OBJETIVOS: Verificar os impactos dos sintomas do assoalho pélvico em mulheres praticantes de Cross Training com e sem IU. METODOLOGIA: Tratou-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva, de corte transversal, tipo survey online, cuja coleta de dados aconteceu entre janeiro e maio do ano de 2024. Participaram da pesquisa mulheres praticantes de Cross Training, de todas as regiões brasileiras, com idade entre 18 e 57 anos, que praticam a modalidade há pelo menos seis meses, com frequência mínima de treinamento duas vezes por semana. A divulgação foi feita nas redes sociais e em academias específicas de realização do Cross Training. Após isso, preenchiam um formulário com os dados sociodemográficos, antropométricos e clínicos, através de um formulário online no Google Forms. No mesmo formulário, a participante preenchia o questionário Pelvic Floor Distress Inventory (PFDI-20), Pelvic Floor Impact Questionnaire (PFIQ-7) e o Female Sexual Function Index (FSFI). A caracterização da amostra foi realizada por meio de medidas de tendência central e de dispersão ou de frequências (absolutas e relativas). Para verificação da relação entre as variáveis quantitativas, foi realizado o teste t de student e o teste de Mann – Whitney, o armazenamento e processamento dos dados foram realizados no Statistical Package for Social Science for Windows (SPSS, versão 20.0). RESULTADO: A amostra foi composta por 109 mulheres praticantes de Cross Training. Dessas, 35,78% declararam ter IU; comparando os grupos, houve diferença estatisticamente significante na idade e no peso. Entre as que têm IU, 38,5% não perdem urina durante a prática de Cross Training, desse grupo, 48,7% perderam urina pulando corda, 5,1% no agachamento, 5,1% no levantamento terra e 2,6% no polichinelo. Já os escores dos questionários PFDI-20 e PFIQ-7 foram significantes estatisticamente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Encontrou-se uma tendência ao surgimento de IU em mulheres praticantes de Cross Training, com idade e peso mais elevados, verificou-se também que os exercícios com mais perda urinária foram os de pular corda, polichinelo e levantamento terra.