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Este artigo tem por objetivo geral analisar o livro didático “História do Brasil”, de Haddock
Lobo, adotado na 1ª série ginasial, na década de 1950, com ênfase na problematização da
perspectiva de História que alicerça a construção deste. Dialogaremos com as contribuições
de Bittencourt (2008) e Choppin (2004), acerca do livro didático, para entendê-lo como um
recurso didático, como objeto criado sobre influências socioculturais e políticas e como uma
fonte primária para os historiadores. Outros pesquisadores foram relevantes para
contextualização desse artigo, destaque para o filósofo e educador Saviani (2011), para
compreender o movimento de educadores, intelectuais e estudantes da Escola Nova, no
contexto das décadas de 1930-1960, a historiadora Lucchesi (2008), para entender as
omissões e estereótipos construídos a respeito do povo negro e indígena no Brasil presentes
nos livros didáticos, e por fim, o historiador Fraga (2012), para assimilar a ideia do processo
de construção dos heróis da pátria como “vultos” históricos, elementos que são identificados
na contracapa do livro didático formulado pela editora Melhoramentos. Metodologicamente,
trata-se de uma pesquisa qualitativa, a partir de uma investigação bibliográfica e documental,
em que tomamos como documento o livro didático “História do Brasil – 1.ª Série Curso
Ginasial”, autoria de Haddock Lobo no ano de 1958. Na análise, consideraremos os aspectos
evidentes na capa do livro, o Programa Oficial de História do Brasil de 1958, alguns
conteúdos e a contracapa. Percebemos que o livro em análise seguia um modelo tradicional da
história, alicerçada nos ideais do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB, sob a
perspectiva do positivismo francês, ligado à ideia de construção da identidade nacional,
narrando os principais acontecimentos, enaltecendo os “grandes homens” da nação brasileira,
descritos como “vultos eminentes do Brasil”, e relembrando as datas históricas consideradas
importantes. |
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