Resumo:
Observando as concepções do âmbito filosófico, podemos conceber o contexto medieval
como de grande relevância no que se entende como um período de construção do
conhecimento. É neste período que encontramos Nicolau de Cusa, que muito representou a
filosofia do seu tempo. Teólogo e humanista do Renascimento, Nicolau de Cusa constrói seu
sistema filosófico a partir de várias influências que demonstraram a relação do homem com
Deus e de como o conhecimento pode relacionar-se de forma muito forte com esta
experiência. Esta é sem dúvida uma argumentação apresentada dentro do contexto filosófico
medieval que foi muito discutida: o intelecto é uma via de acesso genuíno a Deus, ou, do
contrário, são através dos afetos que isso ocorre? Nicolau de Cusa irá propor alguns
questionamentos sobre este tema que nos leva a uma possível reflexão sobre o olhar dentro da
filosofia, uma vez que nesta, apesar de haver uma tradição que exclui os sentidos como uma
via para a verdade, muito pode proporcionar-nos uma reflexão sobre a temática a partir de
uma abordagem metafísica que proporciona uma interação entre a unidade originária e a
contingência humana. Deste modo, Nicolau de Cusa apresenta em sua obra De visione Dei
uma mística especulativa que permeia o olhar e utiliza este como arcabouço para a construção
relacional do homem com Deus, pois o sentido visual desencadeia neste mesmo homem e em
seus demais sentidos o desejo da busca pelo divino.
Descrição:
Clementino, J. C. da S. Uma mística do olhar: a relação entre o olhar finito e o olhar infinito no De Visione Dei de Nicolau de Cusa. 2014. 47f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Filosofia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014.