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A paralisia facial é a perda parcial ou completa da função motora dos músculos das expressões faciais, decorrente de lesões centrais ou periféricas por causas variáveis. O tratamento desta condição é abrangente e envolve abordagens não cirúrgicas, através da farmacoterapia, laserterapia e outras alternativas, e as abordagens cirúrgicas, como a suspensão de hemiface, a exploração e/ou descompressão do nervo facial, ou o enxerto total/parcial do nervo facial. Essa condição, além de impactar negativamente a qualidade de vida dos portadores, representa um ônus para os recursos do setor público, refletindo em gastos expressivos destinados ao tratamento de saúde desses pacientes. Sendo assim, este estudo objetiva analisar os dados consolidados de Autorização de Internação Hospitalar (AIH) relacionados ao tratamento cirúrgico da Paralisia Facial por um período de dez anos (2012-2022). Para isso, foi realizado um estudo ecológico com abordagem indutiva, procedimento descritivo e técnica de documentação indireta. A amostra incluiu pacientes de todas as faixas etárias e gêneros submetidos a procedimentos cirúrgicos da Paralisia Facial na atenção terciária do SUS, sendo excluídas informações específicas sobre grupos e subgrupos de procedimentos, gestão pública, esfera/natureza jurídica e regra contratual. Os dados foram coletados através do DATASUS quanto ao tipo de procedimento, caráter de atendimento, região do Brasil, ano de processamento, valor dos serviços hospitalares e profissionais e posteriormente, submetidos à análise estatística descritiva. Os achados mostram que, durante o período estudado, foram autorizadas 3.669 internações hospitalares para o tratamento cirúrgico da paralisia facial e, destas, o caráter de atendimento mais comum foi o eletivo (85,85%). O procedimento cirúrgico realizado com maior frequência foi o "Tratamento Cirúrgico de Paralisia Facial (suspensão de hemiface)" (83,70%), que também teve o maior gasto total (R$ 1.408.378,54). A região Sudeste apresentou o maior número de internações totais (55,13%) e maior valor gasto (R$1.071.573,27), enquanto a Norte apresentou os menores índices (2.37% e R$ 63.579,38, respectivamente). Dessa maneira, este estudo forneceu informações epidemiológicas relevantes sobre o tratamento cirúrgico da Paralisia Facial ofertado pelo SUS, além de análises financeiras, que podem orientar a tomada de decisões por gestores de saúde
pública, visando a alocação eficiente de recursos por região e procedimentos, e a futura melhoria da qualidade de vida dos pacientes portadores da paralisia facial. |
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