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O presente trabalho teve por objetivo analisar os discursos de professores de ensino fundamental de uma escola pública do município de Campina Grande-PB em relação às suas atividades profissionais após dois anos de Ensino Remoto Emergencial (ERE) em função do isolamento social como proteção a transmissão do Novo Coronavírus. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que contou com a participação de 09 professores do ensino fundamental I e II que se dispuseram a responder voluntariamente um questionário estruturado dividido em duas partes: a primeira voltada para obtenção de dados sobre o perfil desses participantes e a segunda com questões sobre os impactos da pandemia em relação a sua prática profissional, processo de escolarização dos seus alunos e saúde mental. Após devolução dos questionários respondidos foi realizada uma leitura inicial de todos e, posteriormente, a análise do discurso, fundamentada na teoria do discurso de Freud e Lacan, destacando as cadeias significantes e os sentidos apresentados pelos próprios sujeitos em relação aos pontos abordados. Foi observado que a idade média dos participantes deste estudo foi de 43,9 anos, em sua maioria do sexo feminino (66,7%). A média de tempo de exercício da atividade de magistério foi de 15,5 anos, sendo que 01 possui doutorado, 01 possui pós-graduação e 07 possuem licenciatura. Em relação aos componentes que lecionavam foram citadas as disciplinas de biologia, matemática, educação física, português, história, arte e filosofia, sendo que alguns dos professores lecionam dois componentes. Nos resultados, a maioria dos professores classificou a volta às aulas presenciais como estressante/muito difícil, destacando que não tiveram apoio institucional para a volta. O desempenho dos alunos está sendo muito baixo, em comparação ao tempo antes da pandemia, apresentando dificuldade em ler, escrever e interpretar textos. Como forma de minimizar os prejuízos observados na aprendizagem dos alunos, apontam que tem recorrido a leituras e formações para implementação de metodologias mais atrativas, como a utilização de recursos tecnológicos. Em relação à percepção acerca da saúde mental dos seus alunos, afirmam que piorou após a pandemia, citando alguns quadros de sofrimento mental, como a depressão, ansiedade e automutilação. Já em relação à própria saúde mental, aqueles que relataram que se sentiam bem e com a saúde mental preservada foram os que respeitavam os seus limites para não se sobrecarregarem, enquanto os que afirmavam estar com a saúde mental comprometida, apontaram fatores como o cansaço, receio dos resultados da pós-pandemia, cobranças, falta de apoio e de materiais didáticos por parte da escola e da secretaria de educação como estressantes. |
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