Resumo:
Este trabalho justifica-se pela urgência de destacar a representação das mulheres negras periféricas na literatura brasileira, conferindo visibilidade às suas vozes historicamente marginalizadas. A partir da análise dos contos Ana Davenga, Duzu-Querença e Maria, presentes na obra Olhos d’Água de Conceição Evaristo, o estudo tem como tema central a forma como a autora, por meio da escrevivência, transforma essas mulheres em protagonistas de suas próprias histórias, evidenciando suas lutas, resiliência e força em contextos de vulnerabilidade social. A metodologia é de caráter bibliográfico e consiste em uma análise literária crítica dos contos. A leitura dessas narrativas foi aprofundada através do diálogo com os conceitos da própria Conceição Evaristo e teóricas como Regina Dalcastagnè (2005) e Sueli Carneiro (2011). A pesquisa identifica e evidencia que, em Olhos d’Água, as personagens femininas ocupam um papel central na denúncia das injustiças sociais e na construção de narrativas que ressignificam as vivências das mulheres negras. A abordagem sensível e profunda de Evaristo reafirma a importância da escrita como um ato de resistência política e literária, consolidando-se como uma das vozes mais relevantes da literatura contemporânea.
Descrição:
MUNIZ, L. O. G. Vozes da resistência: mulheres negras e periféricas em "Olhos d'água" de Conceição Evaristo. 2024. 36f. Trabalho de Conclusão de curso (Graduação em Letras-Português) - Universidade Estadual da Paraíba, Catolé do Rocha, 2024.