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Este trabalho reconhece que a língua é um produto das interações humanas e, portanto, é moldada não apenas no nível segmental, mas também por influências socioculturais. Cada idioma apresenta características próprias, sejam fonológicas, fonéticas ou prosódicas. Nesse contexto, investigamos a influência da língua materna (L1) na performance oral em língua estrangeira (L2), com ênfase em falantes nativos do português brasileiro (L1) que possuem o inglês como L2. O nosso objetivo geral foi realizar uma análise fonético-experimental através de um estudo comparativo das características acústicas da fala no domínio prosódico do inglês e português, ambas a nível de L1 e L2, com desdobramento para a aplicação na tarefa de reconhecimento automático de sotaque estrangeiro. Para isso, adotamos uma abordagem metodológica qualitativa e quantitativa, com coleta de dados em ambiente controlado, isto é, mediante a gravação da leitura de uma fábula equilibrada foneticamente. Os nossos resultados revelaram que os parâmetros acústicos relacionados a qualidade vocal e a duração apresentaram distinções significativas, contribuindo para a diferenciação do que é nativo ou estrangeiro. Por fim, esta pesquisa alinha-se aos estudos de Fernández-Trinidad (2022) e Silva Jr. e Barbosa (2022) no que tange a investigação dessas características prosódico-acústicas devido ao seu poder discriminante e resistência ao disfarce vocal, como também as análises multidimensionais de parâmetros prosódicos de L2. Além disso, este trabalho está fundamentado a partir das reflexões de Labov (1978) sobre a relação entre língua e sociedade e nas abordagens de Brown (2000) e Cumming (2013) sobre aquisição de L1 e L2. |
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