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O presente estudo tem como objetivo investigar as distinções prosódico-acústicas entre a produção oral de inglês como língua materna (L1) e português como língua estrangeira (L2) por falantes nativas irlandesas, com foco no impacto do nível de proficiência na língua-alvo. A hipótese central é que, em função do alto nível de proficiência em português, as falantes irlandesas modificariam elementos prosódicos relacionadas à frequência fundamental (f0) ao falarem a L2-alvo. A fundamentação teórica deste estudo baseia-se em pesquisas anteriores que exploram a influência de parâmetros prosódico-acústicos na produção e aquisição da prosódia em L2 (Silva Jr. & Barbosa, 2023, 2024), assim como estudos sobre o desempenho cerebral e processamento cognitivo na produção de segmentos e prosódia de L2 (Golestani & Pallier, 2007; Costa, 2017; Andrews, 2019; Wen, 2019). Além disso, a pesquisa considera a influência de sistemas adaptativos/dinâmicos baseados na percepção da L2-alvo (Best & Tyler, 2007) e estudos específicos sobre a aquisição oral do português como L2 (Nunes, 2021, 2022; Kachkovskaia et al., 2023). Na metodologia, a coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com falantes nativas de inglês da Irlanda do Norte classificadas como "Proficientes" em português-L2 (C1-C2 e B2-C1) com base no exame Celpe-Bras, do INEP, alinhado ao CEFR. Os resultados preliminares indicam que os parâmetros acústicos baseados na f0, como coeficiente de variação, desvio padrão, inclinação, mediana, máxima, mínima, assimetria e taxa de picos e vales apresentaram diferenças significativas entre as produções em inglês-L1 e português-L2. Este achado confirma, ainda que inicialmente, a hipótese de que o alto nível de proficiência das falantes parece ter influenciado a modificação de elementos melódicos da fala, sugerindo uma adaptação parcial à prosódia da língua-alvo. |
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