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As infecções associadas a assistência à saúde (IRAS) são uma preocupação crítica em ambientes hospitalares, especialmente em unidades de terapia intensiva (UTI). Dentre as principais IRAS estão as infecções de corrente sanguínea (ICS), que estão associadas ao aumento da morbimortalidade e gastos hospitalares. Nesse contexto, a realização de exames laboratoriais, como a hemocultura, é essencial para a rápida identificação do microrganismo causador dessas infecções. A ausência de hemoculturas nas UTI pode retardar o início do tratamento eficaz, favorecer o uso inadequado de antimicrobianos e levar ao surgimento de cepas resistentes, comprometendo diretamente a saúde dos pacientes. O presente estudo objetivou determinar a prevalência de microrganismos em amostras de sangue de pacientes internados em hospitais públicos de Campina Grande - PB submetidos à hemocultura. Realizou-se um estudo documental, de abordagem quantitativa e descritiva dos dados. Foi desenvolvida com dados de pacientes de cinco hospitais públicos na cidade de Campina Grande - PB, onde foram submetidos a exames de hemoculturas realizados pelo Centro Laboratorial de Análises Clínicas (CLAC), no período compreendido entre janeiro e julho de 2024. Foram analisadas 2026 hemoculturas, das quais 21,4% (434) apresentaram resultados positivos, ou seja, apresentaram crescimento bacteriano. O hospital 4, que se concentra no cuidado de crianças e adolescentes, foi responsável pela maior parte das hemoculturas realizadas. A pesquisa também revelou que pacientes do gênero masculino apresentaram maior incidência de hemoculturas positivas, correspondendo a 54,8% (236). Além disso, pacientes com idades entre 0 a 1 ano e aqueles com mais de 60 anos foram identificados como um importante grupo de risco, susceptíveis a IRAS. Observou-se, ainda, uma predominância de bactérias Gram-positivas nos hospitais 1, 2, 4 e 5, enquanto no hospital 3 prevaleceram bactérias Gram-negativas. Entre as 12 espécies bacterianas isoladas, Staphylococcus aureusapresentaram o maior percentual (45,9%), seguido por Staphylococcus coagulase negativa com (21,2%), Klebsiella oxytoca (8,5%), Proteus vulgaris (4,8%), Proteus mirabilis (3,7%), Escherichia coli (1,6%) e outros representando (14,3%) das bactérias isoladas. As hemoculturas podem contribuir para uma conduta terapêutica mais eficaz e baseada em evidências epidemiológicas dessas infecções. |
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