dc.description.abstract |
Introdução: As Doenças Respiratórias Crônicas (DRCs) afetam as vias aéreas e comprometem significativamente a qualidade de vida dos indivíduos, elevando o risco de hospitalizações e mortalidade. Elas representam um grave problema de saúde pública global, com elevados custos e um considerável impacto econômico. A Reabilitação Pulmonar (RP) é reconhecida como o padrão ouro de tratamento para as DRCs. No entanto, a baixa adesão à RP permanece um desafio, sendo influenciada por fatores como falta de conscientização, dificuldades logísticas e barreiras pessoais. Nesse contexto, a RP não supervisionada surge como uma alternativa promissora, com o objetivo de aumentar a inclusão e o acesso ao tratamento. Realizada no ambiente doméstico, com supervisão indireta, a RP não supervisionada tem mostrado eficácia na melhoria da condição física e da qualidade de vida desses indivíduos. Objetivo: Implementar um programa educacional de RP não supervisionada, buscando identificar a adesão e as barreiras à participação dos indivíduos, além de avaliar a influência nas variáveis de qualidade de vida, função respiratória e função física. Metodologia: Trata-se de um estudo clínico quase-experimental e transversal, que utilizou dados provenientes de uma avaliação física e clínica, da aplicação do Questionário Respiratório Crônico (QRC) e da Escala de Avaliação de Barreiras de Adesão à Reabilitação Pulmonar (EAB-RP), além da realização de manovacuometria e do teste do degrau de 6 minutos (TD6). A intervenção seguiu o protocolo FITT-VP e incluiu uma sessão educacional inicial, complementada por uma cartilha ilustrada e vídeos demonstrativos. Para promover a adesão, foram realizados contatos semanais com os participantes. Resultados: Dos 23 indivíduos contatados, 8 foram avaliados, 4 foram excluídos, resultando em 4 pacientes incluídos no estudo. A amostra foi composta por mulheres com idade média de 61 ± 7 anos, diagnosticadas com bronquiectasia, asma e DPOC. Em relação à qualidade de vida, apenas o domínio da dispneia apresentou melhora significativa, de 17,3 ± 3,3 para 18,8 ± 5,1, enquanto a pontuação geral de qualidade de vida diminuiu, sem diferença estatística (P > 0,05). A análise das barreiras de adesão revelou dificuldades nos eixos sociais, de acesso e de serviços. Em relação à função física, não houve mudanças significativas na PImáx e PEmáx ou no desempenho no TD6. A adesão ao protocolo foi variada, com uma média de 17,0 ± 10,6 dias de realização. A satisfação foi maior entre os participantes que demonstraram maior adesão ao programa, sendo que barreiras como eventos adversos e desafios pessoais impactaram negativamente a adesão de alguns indivíduos. Conclusão: Embora a RP domiciliar seja viável, sua eficácia é limitada pela baixa adesão em programas não supervisionados. Fatores como motivação e a falta de acompanhamento profissional impactam o engajamento, destacando a necessidade de suporte contínuo e motivacional. Futuros estudos devem explorar alternativas como telereabilitação e estratégias personalizadas para melhorar a adesão e os resultados. |
pt_BR |