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Diante do crescente envelhecimento populacional, a demanda por assistência às pessoas
idosas com doenças neurodegenerativas se destaca como uma questão prioritária. Nesse
contexto, tem-se observado o aumento do número de cuidadores formais de idosos – pessoa
que presta assistência regular e remunerada a indivíduos com uma ou mais deficiências e/ou
limitações físicas e cognitivas. Os desafios decorrentes da expansão desse novo tipo de
ocupação, tem chamado a atenção dos pesquisadores, uma vez que esses profissionais atuam
no cuidado prolongado, o que funciona como um fator estressor crônico, capaz de gerar
impactos negativos na saúde física e mental do cuidador além de impactar a qualidade do
cuidado prestado à pessoa idosa. Esse contexto reflete a necessidade de adotar estratégias para
contornar os impactos dessa realidade, justificando o desenvolvimento de intervenções que
possam oferecer um espaço de atenção às demandas enfrentadas pelos cuidadores. Desse
modo, o presente trabalho tem como objetivo geral apresentar o processo construção e
realização de intervenções psicoeducativas e socioemocionais junto a um grupo de cuidadoras
formais de idosos diagnosticados com a doença de Alzheimer. Trata-se de um estudo
qualitativo, descritivo e exploratório, realizado com sete cuidadoras, com idades entre 22 e 38
anos (M = 29,71). A maioria (57,1%) era solteira e todas se autodeclararam pardas. A coleta
de dados foi realizada por meio de um questionário sociodemográfico e um diário de campo.
Os dados sociodemográficos foram analisados por estatística descritiva, enquanto a análise
qualitativa das intervenções foi discutida à luz da literatura pertinente. De modo geral, os
resultados sugerem que o cuidado formal à pessoa idosa acometida pelo Alzheimer possui
uma série de desafios, destacando-se a necessidade de desenvolver autocontrole e paciência
para lidar com as demandas particulares dos idosos. Contudo, observou-se durante as
intervenções que o afeto desenvolvido pelos idosos e o apoio mútuo entre as profissionais
parecem funcionar como estratégias de coping frente aos desafios impostos pelo cuidado
formal. Desse modo, nota-se a importância de investir em programas de intervenções
psicoeducativas e socioemocionais que contribuam para o bem-estar das cuidadoras, o que,
em última análise, beneficia as trabalhadoras, aos usuários dos serviços e à instituição que as
emprega. |
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