A prática da atividade física e suas associações com a depressão em estudos brasileiros

Abstract

A depressão é uma doença multifatorial, causada por alterações psicológicas, fisiológicas e ambientais, que afeta a rotina das pessoas, gerando prejuízos significativos, como a diminuição do interesse nas atividades habituais, além do cansaço e da perca de energia. Dessa forma, conhecer as formas de prevenção e tratamento da depressão é de suma importância para os profissionais de saúde, assim como para a população em geral. Nesta direção, observa-se que o tratamento farmacológico junto à psicoterapia, tem sido as abordagens mais utilizadas para tratar esse transtorno. Contudo, a prática da atividade física também tem se revelado como uma das intervenções não farmacológicas, com maiores benefícios na melhoria dos sintomas da depressão, além de ser capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Diante do exposto, o presente trabalho teve como principal objetivo investigar, por meio de uma revisão integrativa da literatura, como a prática da atividade física contribui para a prevenção e o tratamento da depressão, a partir de estudos brasileiros. Para isso, a revisão foi realizada nas seguintes bases de dados: Periódicos CAPES, Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Como descritores, foram utilizadas as palavras-chave “exercício físico”, “atividade física” e “depressão”, combinadas por meio do operador booleano “AND”. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, a busca resultou em 30 artigos elegíveis para compor a revisão, os quais foram analisados a partir de quatro categorias: (1) características gerais dos artigos; (2) aspectos metodológicos; (3) impactos da atividade física na depressão; e (4) limitações dos estudos. Em regra, identificou-se que o maior número dos artigos sobre a temática foi publicado nos anos de 2018, 2019 e 2021, desenvolvidos, sobretudo, no campo das ciências biológicas e da saúde. Além disso, a maioria dos estudos analisados foi do tipo transversal, havendo predominância do público adulto e do sexo feminino. Os principais instrumentos adotados para avaliar a depressão e a atividade física foram o Inventário de Depressão Beck (BDI) II e o Questionário Internacional de Atividade Física IPAQ-(versão curta), respectivamente. No que se refere as limitações dos estudos analisados, notou-se uma falta de informação sobre a modalidade de atividade física investigada; além disso, apenas quatro estudos reportaram tamanho de efeito, das associações encontradas entre atividade física e depressão. No geral, a presente revisão demonstrou que a prática de atividade física possui um impacto na depressão, podendo funcionar tanto como um fator preventivo quanto de tratamento. No entanto, observou-se que foram poucos os estudos na área da Psicologia desenvolvidos sobre a temática. Desse modo, infere-se que a prática de atividade física pode ser uma opção relevante nos cuidados em saúde mental. Logo, espera-se que a leitura desse trabalho estimule outros pesquisadores, especificamente da psicologia, a se aprofundarem sobre o tema.