A dinâmica do envelhecimento e a autoestima da pessoa idosa: uma revisão sistemática

Abstract

O processo de envelhecimento confere aos sujeitos alterações nas esferas físicas, psicológicas e sociais que desafiam as trajetórias individuais numa dinâmica existente entre lidar com o próprio envelhecimento e, não menos importante, com a dinâmica social que está atrelada ao contexto cultural da velhice. A autoestima diz respeito à capacidade intrínseca ao ser humano de se auto avaliar, positiva ou negativamente, em desempenho, valores, satisfação, como também, expectativas e ainda reflete na forma que o sujeito enxerga a si próprio, aos outros e ao mundo, além de influenciar sua atitude e conduta frente aos eventos inerentes à vida. Entendendo que a autoestima, quando alinhada positivamente, pode contribuir de forma assertiva para o processo adaptativo do sujeito, deve-se compreender as nuances desse construto dentro do processo de envelhecimento. Partindo dessa perspectiva, o presente trabalho assumiu como objetivo principal analisar, por meio de uma revisão sistemática, quais os fatores que podem contribuir para a promoção da autoestima em pessoas idosas. Direcionado a isso, realizou-se pesquisas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS-MS), utilizando dos seguintes descritores: idoso, autoestima, velhice e envelhecimento. Uma vez aplicado os critérios de exclusão e inclusão, foram selecionados 9 artigos para integrar a revisão, os quais foram analisados a partir de três categorias (1) Metodologias utilizadas para o estudo da autoestima e recortes amostrais; (2) Fatores de fomentação da autoestima para sujeitos idosos; (3) A relação entre autoestima e qualidade de vida das pessoas idosas. No que tange aos fatores que contribuem para a promoção da autoestima em idosos, foi possível identificar que marcadores sociais são pouco explorados no contexto de estudo, e as amostras de participantes tendem a homogeneizar o grupo de idosos. As experiências de socialização vivenciadas a partir da integração em grupos assumiram destaque nas avaliações. Foi possível identificar determinada escassez no que tange a pluralidade das produções que abordam a temática. Os artigos encontrados e analisados, majoritariamente, abordam e relacionam os temas por um viés mais voltado à saúde física e para o processo de reabilitação. Assumindo que a autoestima é um construto que atravessa a esfera psicossocial faz-se necessário abordagens mais amplas que possam oferecer uma avaliação crítica das condições socioculturais que interferem nas relações intra e intersubjetivas dos sujeitos com a sua autoestima ao se depararem com os signos do envelhecimento e da velhice. Desse modo, espera-se que outros autores possam inclinar-se sobre a temática a fim de diversificar e expandir as discussões.