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Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit., introduzida no Brasil para produzir madeira e forragem
e recuperar áreas degradadas, se tornou uma invasora agressiva que impacta ecossistemas e
dificulta a regeneração da flora nativa. Espécies invasoras apresentam grande produção de
sementes pequenas e de fácil dispersão, crescimento rápido, alta taxa de germinação e alta
adaptabilidade a ambientes adversos. A posição e a profundidade da semente no solo podem
favorecer a emergência e melhorar a uniformidade das plântulas. Diante disso, o objetivo com
esse estudo foi caracterizar biometricamente frutos e sementes, e investigar o potencial de
emergência de plântulas de L. leucocephala em diferentes posições e profundidades de
semeadura. Em uma amostra de 200 frutos e sementes, determinou-se comprimento (CFR, cm),
largura (LFR, cm), espessura (EFR, cm) e peso (PFR, g) dos frutos e número de sementes fruto1
(NSFR). Nas sementes, mensurou-se comprimento (CS, cm), largura (LS, cm) e espessura
(ES, cm) de sementes e peso de mil sementes (PMS, g). O experimento foi conduzido em casa
de vegetação, na Universidade Estadual da Paraíba, em Catolé do Rocha, PB. O delineamento
foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 6, com 4 repetições de 25 sementes com
o hilo para baixo (HB), para o lado (HL) e para cima (HC), nas profundidades de 05; 1,0; 1,5;
2,0; 2,5 e 3,0. Avaliou-se primeira contagem de emergência (PCE, %), percentual de
emergência (E, %), índice de velocidade de emergência (IVE), comprimento de raiz (CR, cm)
e parte aérea (CPA, cm), relação raiz/parte aérea (RR/PA), massa seca de raízes (MSR, g), de
parte aérea (MSPA, g) e total (MST, g) das plântulas. Não houve ajuste aos modelos
polinomiais testados para a posição HB e HL. Na posição HC, verificou-se maior E (82%) na
maior profundidade de semeadura (3,0 cm). Não houve interação significativa entre posição e
profundidade de semeadura para PCE, IVE, CR, CPA, MSR, MSPA, RR/PA e MST. Além
disso, não houve ajuste aos modelos polinomiais quadrático e linear para a MSPA e MST de
plântulas de L. leucocephala. Os maiores valores para a PCE (38%), IVE (4,4), CR (9,6 cm),
MSR (0,58 g) e RR/PA (0,40) foram obtidos na profundidade de 0,5 cm. De forma inversa, o
maior CPA (6,7 cm) foi observado na profundidade de 3,0 cm. L. leucocephala produz frutos
com uma grande quantidade de sementes pequenas e leves, que têm sua emergência favorecida
pela semeadura em menores profundidades. Essas características demonstram o potencial
competitivo dessa invasora, em explorar ambientes com recursos limitados, típicos do
semiárido nordestino. |
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