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A pentoxifilina (PTX) é um derivado sintético das metilxantinas, atua como inibidor da
enzima fosfodiesterase (PDE) e exibe propriedades imunomoduladoras e anti
inflamatórias que auxiliam no tratamento de diversas doenças dermatológicas. A
incorporação da PTX em microemulsões (ME) é uma alternativa promissora para o
tratamento tópico dessas afecções, uma vez que exibiu propriedade anti-inflamatória
e perfil controlado de liberação in vitro. O objetivo desse trabalho foi investigar a
toxicidade da ME-PTX através de ensaios in vitro e in vivo. Os estudos in vitro
incluíram ensaios de citotoxicidade, avaliada pelo teste de MTT em células L929
(fibroblastos murinos) e HaCat (queratinócitos humanos), além da análise do potencial
hemolítico das amostras. A avaliação da toxicidade dérmica aguda in vivo seguiu as
diretrizes da OECD nº 402. Nas células L929, tanto a ME-PTX quanto a ME-branca
(ME-B, sem fármaco) reduziram significativamente a viabilidade celular na
concentração de 1000 µg/mL, resultando em uma viabilidade de 10±4% e 6±0,1%,
respectivamente. Em concentrações menores (0,1;1;10;100 µg/mL), as formulações
não promoveram citotoxicidade. Em HaCat, ME-PTX e ME-B reduziram a viabilidade
celular nas concentrações de 100 e 1000 µg/mL, para 79±2,9% e 79±0,9% em 100
µg/mL, e para 49±4,28% e 51±5% em 1000 µg/mL, respectivamente. A PTX isolada
não demonstrou citotoxicidade significativa em nenhuma linhagem ou concentração
testada, indicando que a redução de viabilidade celular associada à ME-PTX se deve
à composição da formulação e não ao fármaco. As taxas de hemólise apresentadas
pela ME-B e ME-PTX indicaram hemocompatibilidade das formulações na maioria das
concentrações testadas. No ensaio de toxicidade dérmica aguda in vivo, os animais
tratados com ME-PTX não apresentaram sinais evidentes de toxicidade ou morte,
classificando-a como de baixa toxicidade e pertencente à categoria GHS 5/
inclassificável. Entretanto, a ME-B induziu irritação cutânea entre o 2º e 11º dia de
experimento. Apesar disso, não foi visto anormalidade nas análises histopatológicas
dos órgãos. Portanto, a incorporação de PTX em uma microemulsão revelou-se uma
alternativa segura para o desenvolvimento de novos estudos voltados ao tratamento
de afecções dermatológicas. |
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