Resumo:
Introdução: A prática de instrumentos musicais de sopro é uma tarefa complexa que envolve o conhecimento sobre o instrumento, mas também um bom controle respiratório. Para tocar um instrumento de sopro, o aparelho respiratório necessita produzir, através da ação muscular, uma certa pressão no ar presente no interior dos pulmões. Levando em consideração a forma de produção sonora e o material com que o instrumento foi confeccionado, os instrumentos de sopro podem ser divididos nos grupos metais e madeiras. Sendo assim, a avaliação da função pulmonar dos músicos que executam instrumentos de sopro de diferentes materiais é relevante, visto que possibilita o conhecimento das condições de saúde do indivíduo e também o impacto dessa atividade na função respiratória. Objetivo: Comparar função respiratória em músicos que tocam instrumentos de sopro de metal e músicos que tocam instrumentos de sopro de madeira. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório do tipo transversal de caráter descritivo e analítico, que ocorreu na Cidade de Campina Grande - PB. Os voluntários tratavam-se de instrumentistas de sopro que se dirigiram à Clínica Escola de Fisioterapia da UEPB, onde foram submetidos à avaliação antropométrica e sociodemográfica, bem como ao teste de função pulmonar (espirometria) e de força muscular respiratória (manovacuometria). Resultado: Foram avaliados um total de 16 músicos (12 homens e 4 mulheres), dos quais 10 tocavam instrumentos de sopro de metal e 6 de madeira, com idade média de 31 ± 8,12 anos. A amostra apresentou uma PImáx geral média de 139,79 ± 26,68 cmH20 e uma PEmáx geral média de 141,04 ± 25,29 cmH20. O grupo dos metais, alcançou uma média de 131,20 ± 28,44% da PImáx predita e 105,87 ± 22,95% da PEmáx predita. O grupo das madeiras apresentou uma média de 122,62 ± 29,89% da PImáx predita e uma média de 114,17 ± 22,04 % da PEmáx predita. Na espirometria, o grupo dos metais alcançou uma média de CVF de 95,50 ± 8,65% do predito e o grupo das madeiras uma média de 92,00 ± 11,81% do predito. Já a média da porcentagem predita de VEF1 foi de 94,90 ± 9,65% para os metais e 88,67 ± 13,47% do predito para as madeiras. Por sua vez, a média da relação CVF/VEF1 apresentada pelos metais foi 84,42 ± 4,15% do predito e o das madeiras média de 80,78 ± 4,58% do predito. Os principais achados do presente estudo indicam não haver diferenças na função respiratória de instrumentistas de metais e madeiras, bem como não encontrou relação do tempo, em anos, de execução instrumental, com nenhuma das variáveis estudadas. Conclusão: Não foram encontradas diferenças na função respiratória de musicista de sopro de metal e de madeira, todavia musicistas de sopro apresentam função respiratória bastante eficiente, apresentando força muscular respiratória mais elevada do que a prevista e maior do que os valores de referência, assim como não foram constatadas diminuições em seus parâmetros espirométricos. Dessa maneira, entende-se que tocar instrumentos de sopro não promove danos à função respiratória, mas parece trazer benefícios aos seus praticantes.
Descrição:
SILVA, Jayanny Lourenço Garcia da. Avaliação da função respiratória de musicistas de sopro. 2024. 28 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024.