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Poças de maré são habitats intertidais dinâmicos, com variações sazonais que impactam as
condições ambientais e a disponibilidade de recursos alimentares. A espécie Bathygobius
geminatus (Tornabene, Baldwin & Pezold, 2010), se diferencia dos demais Bathygobius,
principalmente, por apresentarem manchas com 6 a 7 conjuntos pareadas verticalmente, além
de serem altamente sensíveis às mudanças no habitat e às variações estacionais, como chuva e
seca. A pesquisa teve o objetivo de entender como a complexidade do habitat e as condições
sazonais influenciam os padrões alimentares, comparando a dieta da espécie entre poças
simples e estruturadas durante os períodos de chuva (abril, maio e junho de 2018) e seca
(setembro, outubro e novembro de 2018), em um recife de arenito no Rio Mamanguape,
Paraíba. Os peixes foram anestesiados com eugenol, capturados com auxílio de rede de aquário
e pinças, em seguida foram fixados em formol a 10% e levados ao laboratório, onde foram
identificados. Foram analisados 223 estômagos de peixes, dos quais 24 itens alimentares foram
identificados. O principal item consumido foi Tanaidacea, seguido de Copepoda, Insecta e
Alga. Observou-se que poças mais estruturadas, com maior quantidade de refúgios e
complexidade, favorecem uma maior abundância da espécie, especialmente no período seco.
Além disso, os resultados apontam uma mudança na dieta ao longo do ciclo de vida da espécie,
com os indivíduos de menor porte consumindo mais invertebrados e os de maior porte
apresentando mais ingestão de algas. A estratégia alimentar do B. geminatus mostrou-se
generalista e oportunista, facilitando sua adaptação às variações do ambiente intertidal. Estes
resultados reforçam a importância das poças de maré para o ciclo de vida da espécie e destacam
a necessidade de mais estudos sobre sua ecologia. |
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