Resumo:
Procura-se neste trabalho compreender e expor o pensamento do filósofo italiano Giorgio Agamben sobre as relações políticas fundamentais; mostrar como ele desenvolve uma reformulação do paradoxo da soberania, e indica uma conexão intrínseca entre o poder soberano e a vida nua. A partir da obra Homo sacer: o poder
soberano e a vida nua, discute-se o problema de como o poder soberano produz a vida nua, a vida matável do homo sacer. Assim, a vida nua torna-se o fundamento sobre o qual o poder soberano opera, e a política moderna – não só, mas principalmente – apenas pode ser conceituada pela ótica da biopolítica, que aponta a gestão da vida humana como central. Uma das principais estratégias do soberano é criar o estado de exceção para poder agir sem punição, ou simplesmente deixar morrer quem está desamparado pelo direito criado pelo próprio soberano. Agamben explica o campo de concentração, paradigma biopolítico da modernidade, no qual a exclusão da vida política e biológica foi sistematizada. Em suma, a vida nua é tanto o resultado quanto o alvo do exercício do poder soberano, e a compreensão dessa relação é fundamental para entender as dinâmicas de poder, as mais variadas formas de controle e de exclusão existentes na sociedade contemporânea.
Descrição:
SOUSA, I. F. S. O paradoxo da soberania e a biopolítica em Agamben. 2024. 19 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Filosofia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024.