A Ditadura entre as quatro linhas: as representações da Copa do Mundo (1970) na revista Manchete

Abstract

Este trabalho tem por objetivo analisar os usos propagandísticos da seleção brasileira em meio às páginas da revista Manchete, mais especificamente relativos à relação da revista com o regime militar brasileiro dentro do contexto da Copa do Mundo de 1970, através de uma pesquisa bibliográfica e documental, tendo em vista compreender como o futebol se tornou além de um esporte uma ferramenta utilizada pela ditadura, assim como sua principal figura o “mito” Pelé mostrou e usou sua influência. Para tanto, foram usados pesquisas, teses e artigos de autores como Gilberto Agostino (2002), Livia Gonçalves Magalhães (2014), Bruno Otávio de Lacerda Abrahão e Antônio Jorge Soares (2009), autores que tratam sobre o futebol como um espaço de denúncias, de críticas políticas por meio de protestos dentro de campo e fora dele, assim como um lugar de união e desenvolvimento de ideias que unem pessoas em meios as associações que se denominam como clubes. O propósito do trabalho, portanto, é analisar como foram usados tantos os jogadores assim como a seleção de maneira coletiva em meio a um meio de comunicação popular no ano analisado, o periódico da revista Manchete, além de trazer à tona o debate ainda tímido sobre as relações históricas que envolvem o futebol, que tornaram por diversas vezes seus próprios atletas escravos do esporte transformando-os em mercadoria comercializável dentro da vitrine (os estádios de futebol) além de usufruir da influência dos mais populares como maneira de efetivar alguma ideologia ou discurso, que são usados pela Imprensa. Por conseguinte, a pesquisa é favorável em concordar que, por meio do conhecimento das diversas facetas que circundam o futebol que ainda se mantêm apagadas, depois de todo esse processo que passou o esporte, ele pode finalmente se tornar menos político e mais esportivo de fato.