Nos caminhos do transcendentalismo: uma leitura comparada de "Walden", de Thoreau, e “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa

Abstract

As narrativas literárias dos Estados Unidos, no século XIX, possibilitaram ao leitor ter contato com as principais definições populares do transcendentalismo, como ocorre em Walden, ou A vida nos bosques, de Henry David Thoreau. Entretanto, é possível observar aspectos do transcendentalismo em “A Terceira Margem do Rio”, de Guimarães Rosa, conto brasileiro publicado no Brasil, no século XX. Por meio de um estudo comparado, buscamos explorar as conexões ideológicas entre as obras e os princípios do transcendentalismo romântico, explorando os personagens e como eles representam a busca por um conhecimento mais profundo, autenticidade e conexão espiritual com a natureza. Este é uma estudo bibliográfico e utilizaremos uma abordagem qualitativa e explicativa visando alcançar uma interpretação das obras em análise. Para isso, utilizamos os estudos de Jerry Phillips e Andrew Ladd (2006), bem como os de Tiffany K. Wayne (2006), com o intuito de discorrer sobre as características do romantismo europeu no transcendentalismo, e como ele difere da definição e da estética transcendental de Immanuel Kant (2015). Por ser um estudo comparativo, baseamo-nos em Tania Carvalhal (2006). Ainda, nos estudos de Paul Tillich (1963; 2005), que irá definir os termos “solitude” e “solidão”. Por fim, os estudos de Denise Cristina e Sueli Silva (2011) serviram como base argumentativa para a pesquisa. Ao final de nossa análise, observamos uma equiparação temática entre as obras ficcionais (USA-Brasil), contudo, destacamos que há semelhanças e diferenças na composição do transcendentalismo entre as obras em análise.