Resumo:
Os méis de abelhas sem ferrão apresentam benefícios terapêuticos devido a sua composição de metabólitos secundários, incluindo atividade antibacteriana. Dentre as espécies, a M. subnitida Ducke tem demonstrado eficácia em associação com antimicrobianos, visto que, a resistência bacteriana tem crescido gradualmente. A presente pesquisa objetivou realizar um estudo de compatibilidade entre o mel de abelhas sem ferrão e agentes antimicrobianos por técnicas térmicas. Misturas binárias (1:1) de mel e antimicrobiano, foram submetidas ao aquecimento por técnicas térmicas de análise térmica diferencial (DTA) e termogravimetria (TG) na razão de aquecimento de 10 °C/ min. Para isso, foram utilizadas 4 amostras de mel obtidas na cidade de São José dos Cordeiros – PB e os antimicrobianos usados foram: amoxicilina, cefazolina e levofloxacino. Os resultados demonstraram que as misturas dos méis com amoxicilina apresentaram eventos térmicos semelhantes com as amostras isoladas, com perdas de massas análogas e etapas endotérmicas confirmadas nas curvas de DTA. Essa baixa interação físico-química possibilita uma provável associação para fins terapêuticos. Com relação a mistura com a cefazolina, nota-se equivalência entre as etapas, porém, o mel D destaca-se no primeiro evento, o qual apresentou um efeito endotérmico bem acentuado (78,28-107,02°C), associado a possível concentração de água presente neste mel e no segundo evento exibiu uma etapa exotérmica diferente dos demais méis. Já o mel B diferenciou-se no segundo evento, em que apresentou uma provável junção de três etapas térmicas acentuadas. No que se refere ao comportamento térmico do levofloxacino e os méis, identificou-se semelhança com os eventos dos compostos puros, com exceção do mel C, que se diferenciou no segundo evento, com uma perda de massa mais acentuada de 10,28% e a formação de dois picos endotérmicos seguidos, dispostos na curva de DTA. No último evento das misturas, nota-se na DTA, uma sequência de pequenos picos exotérmicos e nas curvas de TG, uma perda de massa acentuada. Diante dessa intensa interação físico-química do fármaco com os méis, verifica-se que os compostos associados apresentam algumas etapas distintas que podem influenciar na estabilidade térmica. Portanto, ao analisar o comportamento térmico de todas as misturas, o antibiótico amoxicilina apresentou uma provável maior compatibilidade térmica com os méis do que os demais antibióticos testados. Enquanto que a mistura com a cefazolina demonstrou boa compatibilidade apenas com os méis A e C, que são os méis da florada de marmeleiro, considerados os menos viscosos e com menor teor de fenóis totais. O levofloxacino apresentou comportamento térmico semelhante aos méis A, B e D e forte interação com o mel C, que pode estar associado à sua época de colheita e maior teor de umidade. Com isso, observa-se que as técnicas térmicas auxiliam para novos estudos acerca da compatibilidade dos méis de M. subnitida Ducke com os antimicrobianos, visto que, contribuem para caracterização e estabilidade térmica desses compostos quando são utilizados puros e associados.
Descrição:
OLIVEIRA, Myllena. Estudo de compatibilidade entre mel de abelhas sem ferrão (Melipona Subnitida Ducke) e agentes antimicrobianos por técnicas termoanalíticas. 2024. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia)- Universidade Estadual da Paraíba, 2024.