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Este trabalho tem como objetivo analisar o processo fonológico da prótese por acréscimo vocálico, caracterizado pela inserção da vogal [a] no início de determinados verbos, como “alevantar”, “assubir”, “ajuntar” e “alembrar”, observados na fala de moradores da cidade de Riachão do Poço, no interior da Paraíba. Inserida no campo
da Sociolinguística, a pesquisa considera a variação linguística como uma
manifestação natural das práticas comunicativas e da identidade cultural dos falantes. A escolha do objeto de estudo decorre de observações empíricas em interações orais
e virtuais, nas quais se identificou a recorrência do fenômeno em contextos informais.
A metodologia adotada foi de natureza qualitativa, com base em uma revisão bibliográfica e na observação direta da fala de indivíduos de diferentes faixas etárias, níveis de escolarização e contextos sociais. A fundamentação teórica se embasa nos estudos de Labov (2008), Bagno (2006), Coelho et al. (2010), Viaro (2014), dentre outros, que abordam a variação linguística, os processos fonológicos e os fatores
histórico-sociais que influenciam a linguagem. Os resultados indicam que a prótese
ocorre principalmente entre falantes mais velhos e crianças em fase inicial de
alfabetização, sendo também registrada entre falantes com níveis mais elevados de escolarização. Enfatiza-se também que o fenômeno não constitui um erro linguístico,
mas sim um traço fonológico de origem arcaica, mantido pela oralidade. O estudo
ressalta a importância de valorizar a diversidade linguística, a fim de promover práticas mais inclusivas e conscientes da realidade sociolinguística brasileira. |
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