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A violência física no âmbito doméstico e familiar é um problema de saúde pública altamente crítico e prevalente, que causa não apenas sofrimento físico, mas também psicológico, principalmente quando as agressões atingem a área bucomaxilofacial, uma vez que esta região é uma das partes corporais mais valorizadas, atuando diretamente sobre a autoestima e qualidade de vida feminina. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar o perfil epidemiológico e padrões dos traumas bucomaxilofaciais em mulheres vítimas de violência doméstica e familiar atendidas pela Delegacia Especializada de Atendimento da Mulher da cidade de Campina Grande – Paraíba, entre o período de Janeiro de 2019 a dezembro de 2023. Para isso, foi realizado um estudo transversal, observacional e retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado por meio da observação da técnica indireta utilizando dados secundários. Os dados foram coletados de laudos traumatológicos de inquéritos policiais. Os dados foram digitados e agrupados no aplicativo Microsoft Excel (Office 2019) e foi realizada uma estatística descritiva. O universo compreendeu 1.981 inquéritos, dos quais 541 pertenciam ao ano de 2019, 473 à 2020, 401 à 2021, 362 à 2022 e 204 à 2023, apresentando uma tendência de diminuição com o passar dos anos. De acordo com os critérios de elegibilidade, a amostra foi composta por 595 laudos traumatológicos. A maioria das vítimas residia na cidade de Campina Grande, possuía entre 21 e 30 anos, conviviam em união estável e tinham como principal ocupação o trabalho doméstico. Os agressores eram majoritariamente homens, companheiros das vítimas. As agressões foram praticadas principalmente por meio de agressões diretas. A maioria dos traumas consistiu em lesões de tecidos moles, com destaque para equimose e edema. Os locais mais frequentemente afetados pelos traumas foram as regiões orbital e labial. Traumas associados foram observados em 60,3% dos casos de trauma facial, sendo mais comuns nos membros superiores. Portanto, conclui-se que os traumas bucomaxilofaciais em mulheres vítimas de violência doméstica e familiar continuam sendo uma questão de saúde relevante nos dias atuais. Diante disso, é necessário adotar uma abordagem multidisciplinar para identificar e tratar efetivamente essas ocorrências. |
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