Perfil de pacientes renais crônicos, assistidos em centro especializado de dispensação de medicamentos excepcionais

Abstract

A Doença Renal Crônica (DRC) caracteriza-se por um estado de disfunção renal persistente e irreversível devido a um processo patológico progressivo e à perda lenta do funcionamento dos rins. O trabalho objetivou traçar o perfil dos pacientes em programa crônico de hemodiálise vinculados a um Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (CEDMEX), em Campina Grande-PB, no período de 2012 a 2024. Tratou-se de uma pesquisa quantitativa, retrospectiva, analítica e descritiva, com dados obtidos dos prontuários dos pacientes, no período de 2012 a 2024. As análises foram realizadas através do software estatístico Statistic versão 7.0. Houve predominância do gênero masculino (350=58%), a DRC foi aumentando com o avançar da idade e nas faixas etárias de 80-89 e 90-95 anos o número de casos foi reduzido. Dos pacientes 587 (98%) eram oriundos dos municípios pertencentes a Terceira Região de Saúde, sendo 330 de Campina Grande-PB. Os pacientes realizavam a hemodiálise em 5 hospitais da cidade e 562 (94%) deles eram custeados por recursos públicos. A maioria recebia auxílio doença, no entanto alguns referiram estar à espera do auxílio previdenciário. A presença de DRC foi ascendente na maioria dos anos estudados. Foram identificados 51 esquemas de medicamentos prescritos, sendo destaques: Alfaepoetina + Noripurum); Alfaepoetina; Alfaepoetina + Noripurum + Sevelamer e Alfaepoetina + Sevelamer. A polifarmácia foi avaliada apenas com os medicamentos específicos para o paciente em hemodiálise, devido à ausência de dados registrados nos prontuários, estando presente em 16 dos esquemas prescritos. O pacientes eram assistidos pelo CEDMEX de forma indireta, porque não compareciam ao setor para receber os medicamentos, o setor fazia a distribuição nos locais onde era realizada a hemodiálise. Portanto, não havia uma orientação pelo farmacêutico, com relação ao uso correto dos medicamentos. Outro dado observado foi a restrições de informações referentes ao paciente, contidas nos prontuários, o que impossibilitou realizar o perfil epidemiológico, estudo que poderia ampliar as ações a serem voltadas ao manejo do paciente renal cônico. Se faz necessário a presença de uma equipe multiprofissional, cujo foco de intervenção está centrado na promoção da saúde, do uso racional de medicamentos e do autocuidado pelos usuários.