Resumo:
O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência de Transtornos Mentais Comuns na
população idosa negra e sua associação com variáveis sociodemográficas. Participaram 109
pessoas idosas, autodeclaradas pretas ou pardas, com idades variando entre 60 e 88 anos,
sendo 62,4% da amostra composta por mulheres. Os instrumentos utilizados foram
questionário sociodemográfico e o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). A análise dos
dados se deu através de estatísticas descritivas (frequência, porcentagem e medianas) e não
paramétricas (teste U de Mann-Whitney, Qui-quadrado e coeficiente de correlação de
Spearman). Os resultados evidenciaram uma prevalência de TMC de 38,5%, apresentando
índice superior aos encontrados em estudos anteriores no Brasil que utilizaram do mesmo
ponto de corte para os itens do SRQ-20, a saber, ≥7. Destaca-se, ainda, maior frequência de
TMC em mulheres, com baixa escolaridade e renda de até um salário mínimo. Compreende-se
saúde mental como diretamente relacionada às condições concretas da vida, sobrepujando
lógicas individualizantes que atuam em serviço da medicalização do sofrimento de raiz social.
Sendo a associação entre raça/cor de pele e TMC não biológica, esta é passível de ser
alterada. Por isso, faz-se necessária a viabilização social do acesso ao cuidado em saúde
mental para a população negra, amparada por ações coletivas antirracistas e de expansão do
letramento racial nos diversos espaços, a fim de promover cenários em que a equidade e o
desenvolvimento humano possam imperar.
Descrição:
SILVA, Amanda Kilse Macedo da. Transtornos mentais comuns em pessoas idosas negras. 2024. 44 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2024.