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Durante a Era Vitoriana (1819-1901) a infância começou a ser reconhecida como etapa distinta do desenvolvimento humano, embora marcada por desigualdades sociais. A literatura do período refletiu essas tensões ao retratar as experiências e sofrimentos infantis. Este trabalho propõe uma análise comparativa da representação da infância na literatura vitoriana em duas obras de formação: Oliver Twist de Charles Dickens e de Jane Eyre de Charlotte Brontë, mediante a análise das respectivas narrativas e linguagem na construção dos protagonistas nas obras selecionadas. Parte-se da hipótese de que ambas as obras utilizam personagens infantis para denunciar injustiças e desconstruir a imagem passiva da infância, destacando formas de resistência moral diante da opressão. Com esta finalidade, utilizamos uma abordagem qualitativa de caráter exploratório por meio de estudos bibliográficos. Para isso, recorremos as análises de Carvalhal (2006) e Nitrini (1997), sobre literatura comparada, Fritsch e Maggio (2018), que fundamentam o contexto da Era Vitoriana, além de Ariés (1981) e Ribas (2010), que ressaltam as representações das normas sociais e condições de vida daquela época. Observa-se que, apesar das diferenças estilísticas e estruturais entre os romances, ambos se aproximam ao retratar criticamente as condições sociais enfrentadas por crianças na sociedade vitoriana. Com este estudo, almeja-se ampliar a visão sobre como a infância é retratada nas obras, destacando temas recorrentes e questões sociais, apresentando semelhanças e diferenças. Pretende-se, assim, oferecer uma contribuição a respeito da temática e complexidades da sociedade vitoriana sobre as experiências infantis e o papel da literatura como reflexo e crítica social. |
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