Prevalência da reabsorção cervical invasiva em tomografias computadorizadas de feixe cônico

Abstract

O objetivo deste estudo foi analisar a prevalência e características da reabsorção cervical invasiva (RCI) por meio de tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC). Tratou-se de um estudo transversal, de abordagem qualitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba, conforme o Parecer nº 7.552.754. A amostra foi composta por 57 exames de TCFC, realizados entre 2020 e 2024, selecionados a partir de um banco de dados contendo 11.789 volumes tomográficos. Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos. As variáveis analisadas incluíram sexo, idade, altura e extensão da lesão, proximidade da RCI com o canal radicular, arco e grupo dentário acometido, além das raízes envolvidas. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e submetidos à análise estatística descritiva e analítica, utilizando o teste do qui-quadrado de independência com nível de significância de 5% para verificar associações entre as variáveis. A RCI apresentou maior prevalência no sexo feminino (56,1%) e acometeu com maior frequência o arco superior (71,9%), com predomínio nos molares (36,9%). Entre os dentes multirradiculares, as raízes mais envolvidas foram a palatina (15,8%) de molares superiores e a distal (8,8%) de molares inferiores. A origem da lesão foi majoritariamente supracrestal (77,2%), com tendência de progressão até o terço médio da raiz (56,1%). Observou-se comprometimento do canal radicular com provável envolvimento pulpar em 59,6% dos casos. A prevalência total observada da RCI foi de 0,4%. Os achados reforçam que a TCFC é o exame por imagem ideal para o diagnóstico da reabsorção cervical invasiva (RCI).