Rastreamento da doença renal crônica em pacientes hipertensos e/ou diabéticos na atenção básica de saúde

Abstract

A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública, sendo mais comum em idosos, mulheres e portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes mellitus (DM). É definida por Taxa de Filtração Glomerular estimada (TFGe) abaixo de 60 ml/min/1,73 m² ou pela presença de marcador de doença renal por mais de três meses, sendo esse parâmetro importante para detectar a DRC precocemente e acompanhar a sua evolução. O presente estudo teve como objetivo realizar um rastreamento na Atenção Básica de Saúde para identificar os casos de TFGe reduzida em pacientes hipertensos e/ou diabéticos. Tratou-se de um estudo observacional, do tipo longitudinal, retrospectivo e descritivo, com abordagem quantitativa, realizado na Unidade Básica de Saúde Bonald Filho, em Campina Grande, no período de julho de 2022 a outubro de 2024. Foram incluídos nesta pesquisa todos os participantes hipertensos e/ou diabéticos que participavam do Programa de Cuidados Farmacêuticos, que tinham idade igual ou superior a 18 anos e aceitaram participar do referido estudo. As variáveis independentes corresponderam às características sociodemográficas, antropométricas e clínicas e os fatores de risco para a DRC. Para análise e organização dos dados da pesquisa utilizou-se a estatística descritiva e todas as análises foram realizadas com o auxílio do software estatístico Statistics versão 7.0. A amostra foi constituída por 68 pacientes, destes em 2022, 17 (25%) registraram a TFGe < 60 mL/min/1,73 m², em 2023 6 (9%) e em 2024 15 (22%). A predominância foi do gênero feminino, faixa etária compreendida entre 70-79 anos em todos os períodos e também a maioria relatou apresentar cor branca 12, ser inativos (100%), sedentários, não etilistas e não tabagistas (100%). A idade (faixa etária entre 70-79 anos) e o gênero foram os fatores de risco não modificáveis identificados para a progressão da DRC, no entanto, os modificáveis corresponderam a HAS e DM, baixa ingestão hídrica, Síndrome Metabólica, obesidade, dislipidemiass e a polimedicação. Foi possível observar que os níveis pressóricos e os resultados da HbA1c não estiveram dentro dos padrões de normalidade, nos 3 tempos do estudo. Em relação ao estadiamento da DRC, a maioria dos usuários encontrava-se nas categorias G3a e G3b, apresentando moderada redução e redução marcada pela TFGe, respectivamente. O rastreamento em pacientes que possuam as doenças bases para DRC, como a HAS e/ou DM, foi importante porque contribuiu para o diagnóstico precoce e o acompanhamento seguro e contínuo dos pacientes pelas equipes de saúde nas Unidades Básicas, evitando assim a evolução para casos mais graves.