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Os reservatórios do semiárido, ecossistemas vulneráveis à eutrofização devido as suas características próprias, a ação humana e fatores com a erosão e o clima da região, sofrem com o acúmulo de nutrientes, afetando a qualidade da água e a biodiversidade. O monitoramento da qualidade da água, utilizando bioindicadores como o perifíton, é essencial para avaliar e controlar a degradação ambiental. O perifíton, uma comunidade de micro-organismos séssil, é eficaz como indicador ecológico, respondendo rapidamente às mudanças ambientais. No Brasil, há uma lacuna de estudos sobre perifíton em reservatórios, especialmente fora da região Sul-Sudeste. Sabendo disso, o objetivo principal deste trabalho foi analisar a estrutura da comunidade perifítica (composição, abundância, diversidade e riqueza de espécies) e sua relação com o estado trófico dos reservatórios, considerando variáveis ambientais. A hipótese central do estudo sugere que o aumento do estado trófico dos reservatórios favorece o aumento espécies de microalgas tolerantes a altos níveis de nutrientes (como por exemplo as cianobactérias), com a sazonalidade desempenhando um papel crucial, pois modula as condições ambientais. Para alcançar esse objetivo, foram realizadas amostragens em diferentes períodos sazonais (seca e chuva). As variáveis ambientais, como pH, temperatura, oxigênio dissolvido, turbidez e concentrações de nutrientes (nitrogênio e fósforo), foram medidas para avaliar a qualidade da água e calcular o Índice de Estado Trófico (IET) de Lamparelli. Os resultados mostraram que o estado trófico dos reservatórios variou de mesotrófico a hipereutrófico, com Poções apresentando os níveis mais elevados de nutrientes. As análises revelaram que o período chuvoso favoreceu a maior riqueza e diversidade de espécies devido ao aumento no aporte de matéria orgânica e nutrientes, principalmente favorecendo o crescimento de cianobactérias, como Planktothrix agardhii e Leptolyngbya sp. Já nos períodos de seca, predominou o grupo das diatomáceas, como Navicula sp. e Pinnularia sp., adaptadas a menores concentrações de nutrientes. A pesquisa concluiu que a estrutura da comunidade perifítica é fortemente influenciada pelas condições ambientais e pela sazonalidade, com uma resposta significativa ao aumento dos níveis de eutrofização, corroborando com a nossa hipótese. As microalgas perifíticas mostraram-se bioindicadores eficientes para o monitoramento ecológico dos reservatórios, evidenciando a necessidade de estratégias de manejo adaptadas às condições específicas do semiárido brasileiro para mitigar os impactos da eutrofização. Portanto, é essencial adotar estratégias de conservação e manejo mais eficazes, com a implementação de medidas conservacionistas que utilizem indicadores ecológicos de poluição ambiental, como a comunidade perifítica, em reservatórios da região semiárida. |
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