Resumo:
A cavidade oral abriga uma microbiota complexa e diversificada, cuja disbiose pode causar doenças como cárie, gengivite e periodontite. Enxaguantes bucais são eficazes na redução dessa carga microbiana, especialmente antes de procedimentos odontológicos, contribuindo para a biossegurança. A Clorexidina, em sua concentração de 0,12%, é considerada o padrão-ouro, porém sua versão a 0,06% tem sido proposta como alternativa com menos efeitos adversos. Paralelamente, cresce o interesse por opções à base de extratos naturais que apresentam propriedades antimicrobianas promissoras. Diante disso, este estudo teve como objetivo avaliar o potencial antimicrobiano de diferentes formulações de enxaguantes bucais utilizados. Foi conduzido um ensaio clínico randomizado e cego com 40 participantes, divididos em três grupos: Clorexidina a 0,12%, Clorexidina a 0,06% e uma formulação natural à base de tintura de Barbatimão (Stryphnodendron adstringens) associada à Própolis. Amostras de saliva não estimulada foram coletadas antes e após o bochecho com os antissépticos e submetidas à análise microbiológica para quantificação das Unidades Formadoras de Colônia (UFC/mL), expressas em escala logarítmica. Os dados foram submetidos à análise estatística por ANOVA, Kruskal-Wallis e testes de comparações múltiplas com nível de significância de 5%. Os resultados demonstraram redução significativa da carga microbiana nos grupos tratados com Clorexidina, sem diferença estatística entre as concentrações de 0,12% e 0,06%, ou seja, P> 0,05. No entanto, o grupo tratado com Barbatimão e Própolis apresentou redução microbiológica inferior e sem significância estatística. Conclui-se que a Clorexidina, mesmo em concentração reduzida, mantém eficácia antimicrobiana comparável ao padrão-ouro, enquanto a formulação fitoterápica testada necessita de aprimoramentos para aplicação clínica.
Descrição:
MARINHO, Monalisa Sousa. Atividade antimicrobiana in vivo de enxaguantes bucais naturais e sintéticos: um estudo piloto. 2025. 38f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2025.