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Os oceanos comportam uma rica biodiversidade de seres vivos e a pesca representa a principal atividade exercida pelo ser humano para subsistência sobre esse ecossistema. Contudo, quando praticada sem critérios causa impactos ao ambiente. Nesse sentido, compreender o Conhecimento Ecológico Local (CEL) de pescadores artesanais pode contribuir para o reconhecimento dos esforços da atividade (capacidade da frota pesqueira, equipamentos utilizados) e para o levantamento das taxas de captura e status de ameaça das
espécies de pescado. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da pesca artesanal sobre a conservação das espécies marinhas em uma área protegida no Nordeste do Brasil. Os dados foram levantados com auxílio de ferramentas etnográficas utilizando o método snobaw, assim como tratados e submetidos ao Modelo Linear Generalizado. Foram entrevistados 41 pescadores, a rede de emalhar e a linha de mão foram os apetrechos mais utilizados (33%; n=36). Os peixes corresponderam ao grupo mais representativo (91% n=41), sendo a garajuba - Caranx crysus a espécie mais explorada (8,7%; n=40), com maior (VU) (0,97) e maior (CUPc) (87,5%). O mero - Epinephelus itajara, o tubarão-lixa - Ginglymostoma cirratum e a raia-de-olhos-grandes - Hypanus marianae foram as espécies com maior grau de classificação sobre os status de conservação (CP, EM, e VU, respectivamente). O tamanho da embarcação foi a variável e demonstrou relação com todas as categorias de ameaça (p < 0,05). Com base nestes resultados, foi possível identificar as principais artes de pesca e espécies locais capturadas na Área de Proteção Ambiental (APA),
além de avaliar o status de conservação desses recursos, revelando espécies ameaçadas de extinção. Os resultados oferecem informações valiosas para incorporação em futuros planos de manejo com destaque para o manejo participativo, visando qualidade de vida para os pescadores locais e proteção da biodiversidade. |
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